Relação da percepção de esforço em exercí­cios de força com a dor muscular de iní­cio tardio e marcadores bioquí­micos de dano muscular

  • Higor Rissini Ferrari Universidade do Vale do Taquari-Univates, Lajeado-RS, Brasil.
  • Vanderlei Biolchi Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências Biológicas: Fisiologia, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), RS, Brasil.
  • Fernanda Guth Universidade do Vale do Taquari-Univates, Lajeado-RS, Brasil.
  • Kemberly Godoy Basegio Universidade do Vale do Taquari-Univates, Lajeado-RS, Brasil.
  • Michele Heberle de Moraes Universidade do Vale do Taquari-Univates, Lajeado-RS, Brasil.
  • Roberta Kunzler Schneider Universidade do Vale do Taquari-Univates, Lajeado-RS, Brasil.
  • Carlos Leandro Tiggemann Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência do Movimento Humano, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), RS, Brasil.
Palavras-chave: Percepção do esforço, Dor muscular de inicio tardio, Treinamento de força, Dano muscular, Marcadores bioquímicos

Resumo

A percepção de esforço (PE) é uma ferramenta utilizada para avaliar e monitorar a intensidade de esforço no treinamento de força (TF). Um fenômeno decorrente do TF é a dor muscular de iní­cio tardio (DMIT), que é uma sensação de dor tardia na musculatura exercitada provocada pelo dano muscular. O presente estudo teve como objetivo verificar a relação da PE no TF com a DMIT e marcadores bioquí­micos que pudessem correlacionar o dano muscular com a dor. A amostra foi composta por 10 sujeitos do sexo masculino, fisicamente inativos. Os voluntários realizaram uma sessão de TF no exercí­cio supino, com protocolo de 3 séries de 12 repetições, com quatro intensidades (30, 40, 50 e 60% 1RM) de forma randomizada, nos momentos 24, 48 e 72h pós exercí­cio. A dor percebida foi avaliada a partir de uma escala visual analógica (EVA), por meio de três protocolos diferentes: estático, alongamento e palpação, sendo considerado o músculo peitoral maior. A atividade da creatina quinase (CK), lactato desidrogenase (LDH) e transaminase glutâmico-oxalacética (TGO) foram os marcadores bioquí­micos de dano muscular analisados, nos momentos pré, 24, 48 e 72h pós exercí­cio. Como resultados principais, foram encontradas correlações entre a PE com o %1RM de r= 0,72 (p=0,019), com a CK 72h de r= 0,65 (p=0,041), com a TGO 72h de r= 0,70 (p=0,025) e com a palpação 48h de r= 0,68 (p=0,029). Assim sendo, conclui-se que a PE tem relação com a DMIT e marcadores bioquí­micos de dano muscular, podendo ser utilizada no TF.

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Publicado
2021-02-26
Como Citar
Ferrari, H. R., Biolchi, V., Guth, F., Basegio, K. G., Moraes, M. H. de, Schneider, R. K., & Tiggemann, C. L. (2021). Relação da percepção de esforço em exercí­cios de força com a dor muscular de iní­cio tardio e marcadores bioquí­micos de dano muscular. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 14(89), 159-166. Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/2012
Seção
Artigos Científicos - Original