A relação benéfica entre o exercício físico e a fisiopatologia do acidente vascular cerebral
Resumo
Atualmente o acidente vascular cerebral é uma das maiores causas de morbidade do mundo e o exercício tem subvidenciado como um grande agente na potencial recuperação das sequelas ocorridas por esse acidente. Dessa forma, o presente estudo tem por finalidade apresentar a relação benéfica do exercício físico com a fisiopatologia do acidente vascular cerebral e suas alterações morfofuncionais no sistema orgânico desses indivíduos hemiparéticos. Para assegurar a consecução do objetivo descrito, foi realizado um estudo exploratório, operacionalizado por meio de uma revisão de literatura, por ser esta uma estratégia extremamente adequada para se rever, analisar, interpretar e criticar considerações teóricas ou paradigmas, assim a seleção e localização das referências que fundamentassem o estudo ocorreram nos bancos de dados confiáveis como: Bireme, Medline, Lilacs, Scielo e Ebsco. Portanto pode-se afirmar que através dessa breve revisão que analisou vários tipos e métodos de programas de exercício físicos, que o mesmo possui um efeito benéfico na melhora neurofisiológica do sistema perceptivo motor das sequelas ocorridas, proporcionando a esses indivíduos uma melhora na qualidade de vida, e na sua independência funcional otimizando assim um ganho ao sistema orgânico.
Referências
-ACC, Anatomical Chart Company. Atlas de fisiopatologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
-ACSM, American College of Sports Medicine. Manual do ACSM para avaliação da aptidão física relacionada à saúde. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
-ACSM, American College of Sports Medicine. Progression models in resistance training for healthy adults. Med Sci Sports Exerc. Vol. 34. p. 364-380. 2002.
-Ada, L.; Dorsch, S.; Canning, C. G. Strengthening interventions increase strength and improve activity afterstroke: a systematic review. Aust J Physiother. Vol. 52. p. 241-248. 2006.
-Allen, C. L.; Bayraktutan, U. Risk factors for stroke. International Journal of Stroke. Vol. 3. p. 105-116. 2008.
-Adams, R. J.; Chimowitz, M. I.; Alpert, J. S.;Awad, I. A.; Cerqueria, M. D.; Fayad, P. Coronary risk evaluation in patients with transient ischemic attack and ischemic stroke: a scientific statement for healthcare professionals from the Stroke Council and the Council on Clinical Cardiology of the American Heart Association/American Stroke Association. Circulation. Vol. 108. p. 1278-1290. 2003.
-Alberti, K. G. M. M.; Zimmet, P.; Shaw, J. Metabolic syndrome -a new worldwide definition. A Consensus Statement from the International Diabetes Federation. Diabet Med. Vol. 23. p. 469-480. 2006.
-Bokura, H.; Yamaguchi, S.; Iijima, K.; Nagai, A.; Oguro, H. Metabolic syndrome is associated with silent ischemic brain lesions. Stroke. Vol. 39. p. 1607-1609. 2008.
-Bonita, R.; Solomon, N.;Broad, J. Prevalence of stroke and stroke-related disability: estimates from the Auckland Stroke Studies. Stroke. Vol. 27. p. 1898-1902. 1997.
-Brown, D. A.; Nagpal, S.; Chi, S. Limb-loaded cycling program for locomotor intervention following stroke. Physical Therapy. Vol. 85. Núm. 2. p. 159-168. 2005.
-Broughton, B. R. S.; Reutens, D. C. Sobey CG: Apoptotic Mechanisms After Cerebral Ischemia. Stroke. Vol. 40. p. 331-E9. 2009.
-Brunner, E. J.; Rees, K.; Ward, K.; Burke, M.; Thorogood, M. Dietary advice for reducing cardiovascular risk. CochraneDatabase of Systematic Reviews. Vol. 4. 2007.
-Buchner, D. M.; Larson, E. B.; Wagner, E. H.; Koepsell, T. D.; De Lateur, B. J. Evidence for a non-linear relationship between leg strength and gait speed. Age Ageing. Vol. 25. p. 386-391. 1996.
-Carr, J. H.; Shepherd, R. B. Reabilitação neurológica: otimizando o desenvolvimento motor. São Paulo: Manole. 2008.
-Ciconelli, R. M.; Ferraz, M. B.; Santos, W.; Meinão, I.; Quaresma, M. R. Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36). Revista Brasileira Reumatologia. Vol. 39. p. 143-150. 1999.
-Ciconelli, R. M. Medidas de avaliação de qualidade de vida. Revista Brasileira Reumatologia. Vol. 43. p. 9-12. 2003.
-Costa, A. M.; Duarte, E. Atividade física e a relação com a qualidade de vida, de pessoas com seqüelas de acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI). Revista Brasileira Ciência e Movimento. Vol. 10. Núm. 1. p. 47-54. 2002.
-Cramer, S. Repairing the human brain after stroke: I. Mechanisms of spontaneous recovery. Ann Neurol. Vol. 63. p. 272-287. 2008.
-Dawes, H.; Bateman, A.; Culpan, J.; Scott, O. M.; Wade, D.; Roach, N.; Greenwood, R. The effect of increasing effort on movement economy during incremental cycling exercise in individuals early after acquired brain injury. Clin Rehab. Vol. 17. p. 528-534. 2003.
-Dean, C. M.; Richards, C.L.; Malouin, F. Task-related circuit training improves performance of locomotor tasks in chronic stroke: a randomized, controlled pilot trial. Arch Phys Med Rehabil. Vol. 81. p. 409-417. 2000.
-Den Otter, A. R.; Geurts, A. C.; Mulder, T.; Duysens, J. Speed related changes in muscle activity from normal to very slow walking speeds. Gait Posture. Vol. 19. p. 270-278. 2004.
-Dirnagl, U.; Iadecola, C.; Moskowitz, M. A. Pathobiology of ischaemic stroke: an integrated view. Trends Neuroscienc. Vol. 22. p. 391-397. 1999.
-Fleck M, P. A.; Louzada, S. M.; Chachamovich, E.; Vieira, G.; Santos, L.; e colaboradores. Aplicação da versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida “WHOQOL-bref”. Revista Saúde Pública. Vol. 34. p. 178-183. 2000.
-Fujiwara, T.; Liu, M.; Tanuma, A.; Hase, K.; Tsuji, T. Pedalling exercise for neuromuscular re-education: A review. Critical Reviews in Physical and Rehabilitation Medicine. Vol. 17. Núm. 3. p. 163-177. 2005.
-Fujiwara, T.; Liu, M.; Chino, N. Effect of pedalling exercise on the hemiplegic lower limb. Am J Phys Med Rehabil. Vol. 82. p. 357-363. 2003.
-Gordon, N. F. Stroke: Your complete exercise guide. Champaign: Human Kinetics, 1993.
-Hancock, N. J.; Shepstone, L.; Rowe, P.; Myint, P. K.; Pomeroy, V. Clinical efficacy and prognostic indicators for lower limb pedalling exercise early after stroke: Study protocol fora pilot randomised controlled trial. Trials Journal. Vol. 12. Núm. 68. p. 1-12. 2011.
-Hill, M. D.; Yiannakoulias, N.; Jeerakathi, T.; Tu, J. V.; Svenson, L. W.; Schopflocher, D. P. The high risk of stroke immediately after transient ischemic attack. A population-based study. Neurology. Vol. 62. p. 2015-2020. 2004.
-Intercollegiate Stroke Working Party.National Clinical Guidelines for Stroke. Royal College of Physicians, London. 3. 2008.
-Karatas, M.; Cetin, N.; Bayramoglu, M.; Dilek, A. Trunk muscle strength in relation to balance and functional disability in unihemispheric stroke patients. Am J Phys Med Rehabil. Vol. 83. p. 81-87. 2004.
-Karthikbabu, S.; Nayak, A.; Vijayakumar, K.; Misri, Z.K.; Suresh, B. V.; Ganesan, S.; Joshua, A. M. Comparison of physio ball and plinth trunk exercises regimens on trunk control and functional balance in patients with acute stroke: a pilot randomized controlledtrial. Clinical Rehabilitation. Vol. 25. Núm. 8. p. 709-719. 2011.
-Katz Leurer, M.; Sender, I.; Keren, O.; Dvir, Z. The influence of early cycling training on balance in stroke patients at the sub-acute stage. Results of a preliminary trial. Clin Rehab. Vol. 20. p. 398-405. 2006.
-Kleim, J. A.; Jones, T. A. Principles of experience dependent neuroplasticity: Implications for rehabilitation after brain damage. Journal of Speech, Language and Hearing Research. Vol. 51. p. 225-239. 2008.
-Kwakkel, G.; Van, P. R.; Wagenaar, R. C. Effects of augmented exercise therapy time after stroke: a meta-analysis. Stroke. Vol. 35. p. 2529-2539. 2004.
-Lakatos, E. M.; Marconi, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1991.
-Lewis, S. R. Patogênese. Classificação e epidemiologia das doenças vasculares cerebrais. In: Rowaland, L. P.; Merrit. Tratado de Neurologia. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
-Levin, M. F.; Kleim, J. A.; Wolf, S. L. What do motor “recovery” and “compensation” mean in patients following stroke? Neurorehabilitation and Neural Repair. Vol. 23. Núm. 4. p. 313-319. 2009.
-Liou, C. W.; Tan, T. Y.; Lin, T. K.; Wang, P. W.; Yip, H. K. Metabolic syndrome and three of its components as risk factors for recurrent ischemic stroke presenting as large-vessel infarction. Eur J Neurol. Vol. 15. p. 802-809. 2008.
-Lockette, K. F.; Keyes, M. Conditioning with physical disabilities. Chicago: Rehabilitation Institute of Chicago. 1994.
-Mackay-Lyons, M.; Makrides, L. Longitudinal changes in exercise capacity after stroke. Arch Phys Med Rehabil. Vol. 85. p. 1608-1612. 2004.
-Majno, G.; Joris, I. Apoptosis, oncosis, and necrosis -an overview of celldeath. American Journal of Pathology. Vol. 146. p. 3-15. 1995.
-Makiyama, T. Y.; Battisttella, L. R.; Litvoc, J.; Martins, L. C. Estudo sobre a qualidade de vida de pacientes hemiplégicos por acidente vascular cerebral e de seus cuidadores. Acta Fisiatrica. Vol. 11. p. 106-109. 2004.
-Minayo, M. C. S.; Hartz, Z. M. A.; Buss, P. M. Qualidade de vida e saúde: um debate necessário. Ciência Saúde Coletiva. Vol. 5. p. 7-18. 2000.
-Mayo, N. E.; Wood-Dauphinee, S.; Cote, R.; Durcan, L.; Carlton, J. Activity, participation, and quality of life 6 months poststroke. Arch Phys Med Rehabil. Vol. 83. p. 1035. 2002.
-Nudo, R. J. Plasticity. The Journal of the American Society for Experimental Neurotherapeutics. Vol. 3. p. 420-427. 2006.
-Olney, S. J.; Richards, C. Hemiparetic gait following stroke. Part I: characteristics. Gait Posture. Vol. 4. p. 136-148. 1996.
-Oliveira, M. R.; Orsini, M. Escalas de avaliação da qualidade de vida em pacientes brasileiros após acidente vascular encefálico. Revista Neurociências. 2008.
-Paolucci, S.; Antonucci, G.; Grasso, M. G.; Morelli, D.; Troisi, E.; Coiro, P.; Bragoni, M. Early versus delayed in-patient stroke rehabilitation: A matched comparison conductedin Italy. Arch Phys Med Rehab. Vol. 81. Núm. 6. p. 695-700. 2000.
-Patel, M. D.; Tilling, K.; Lawrence, E.; Rudd, A. G.; Wolfe, C. D. A.; Mckevitt, C. D. Relationships between long-term stroke disability, handicap and health-related quality of life. Age and Ageing. Vol. 35. p. 273-279. 2006.
-Paul, S. L.;Thrift, A. G. Control of hypertension 5 years after stroke in the North East Melbourne Stroke Incidence Study. Hypertension. Vol. 48. p. 260-265. 2006.
-Plautz, E. J.; Milliken, G. W.; Nudo, R. J. Effects of repetitive motor training on movement representations in adult squirrel monkeys: Role of use versus learning. Neurobiology of Learning and Memory. Vol. 74. p. 27-55. 2000.
-Pollock, A.; Baer, G.; Langhorne, P.; Pomeroy, V. Physiotherapy treatment approaches for the recovery of postural control and lower limb function following stroke: a systematic review. Clin Rehabil. Vol. 21. p. 395-410. 2007.
-Raasch, C. C.; Zajac, F. E. Locomotor strategy for pedalling: Muscle groups and biomechanical functions. Journal of Neurophysiology. Vol. 82. p. 515-525. 1999.
-Rothwell, P. M.; Giles, M. F.; Flossmann, E.; Lovelock, C. E.; Redgrave, J. N. E.; Warlow, C. P.; Mehta, Z. A simple score (ABCD) to identify individuals at high early risk of stroke after transient ischemic attack. Lancet. Vol. 366. p. 29-36. 2005.
-Roth, E. J.; Merbitz, C.; Mroczek, K.; Dugan, S. A.; Suh, W. W. Hemiplegic gait. Relationships between walking speed and other temporal parameters. Am J Phys Med Rehabil. Vol. 76. p. 128-133. 1997.
-Ryerson, S.; Byl, N.; Brown, D.; Wong, R.;Hidler, J. Altered trunk position sense and its relation to balance functions in people post-stroke. J Neurol Phys Ther. Vol. 32. p. 14-20. 2008.
-Sacco, R. L. Risk factors, outcomes and stroke subtypesfor ischemic stroke. Neurology. Vol. 49. p. 39-44. 1997.
-Samsa, G. P.; Matchar, D. B. How strong is the relationship between functional status and qualityof life among persons with stroke? J Rehab Devel Res. Vol. 41. p. 279-282. 2004.
-Salbach, N. M.; Mayo, N. E.; Wood-Dauphinee, S.; Hanley, J. A.; Richards, C. L.; Cote, R. A task-orientated intervention enhances walking distance and speed in the first year post stroke: a randomized controlled trial. Clin Rehabil. Vol. 18. p. 509-519. 2004.
-Scalzo, P. L.; Souza, E. S.; Moreira, A. G. O.; Vieira, D. A. F. Qualidade de vida em pacientes com Acidente Vascular Cerebral: clínica de fisioterapia Puc Minas Betim. Revista neurociências. Vol. 18. Núm. 2. p. 139-144. 2010.
-Scianni, A.; Salmela, L. F. T.; Ada, L. Effect of strengthening exercise in addition to task-specific gait training after stroke: A randomised trial. International Journal of Stroke. Vol. 5. p. 329-335. 2010.
-Seidl, E. M. F.; Zannon, C. M. L. C. Qualidade de vida e saúde: aspectos conceituais e metodológicos. Caderno Saúde Pública. Vol. 20. p. 580-588. 2004.
-Solomon, N. A.; Glick, H. A.; Russo, C. J.; Schulman, K. A. Patient preferences for stroke outcomes. Stroke. Vol. 25. p. 1721-1725. 1994.
-Souza, S. R. S.; Oliveira, C. A.; Mizuta, N. A.; Santos, M. H.; Moreira, A. P. Reabilitação funcional para membros superiores pós-acidente vascular encefálico. Fisioterapia Brasil. Vol. 4. p. 195-199. 2003.
-Teasell, R., Bitensky, J.; Salter, K.; Bayona, N. A. Therole of timing and intensity of rehabilitation therapies. Top Stroke Rehab. Vol. 12. Núm. 3. p. 46-57. 2005.
-Teixeira-Salmela, L. F.; Nadeau, S.; Mcbride, I.; Olney, S. J. Effects of muscle strengthening and physical conditioning training on temporal, kinematic and kinetic variables during gait in chronic stroke survivors. J Rehabil Med. Vol. 33. p. 53-60. 2001.
-Tyson, S. F.; Hanley, M.; Chillala, J.; Selley, A.;Tallis, R. C. Balance disability after stroke. Phys Ther. Vol. 86. p. 30-38. 2006.
-Verheyden, G.; Nieuwboer, A.; Mertin, J.; Preger, R.; Kiekens, C.; De Weerdt, W. The trunk impairment scale: a new tool to measure motor impairment of the trunk after stroke. Clin Rehabil. Vol. 18. p. 326-334. 2004.
-Verheyden, G.; Vereeck, L.; Truijen, S.; e colaboradores. Trunk performance after stroke and relationship with balance, gait and functional ability. Clin Rehabil. Vol. 20. p. 451-458. 2006.
-Verheyden, G.; Vereeck, L.; Truijen, S.; e colaboradores. Additional exercises improve trunk performance after stroke: a pilot randomized controlled trial. Neurorehabil Neural Repair. Vol. 23. p. 281-286. 2009.
-Zheng, Z.; Yenari, M.A.Post-ischemic inflammation: molecular mechanisms and therapeutic implications. Neurological Research. Vol. 26. p. 884-892. 2004.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
