Efeito agudo do alongamento passivo como forma de aquecimento no desempenho da força muscular para 10 repetições máximas
Resumo
O objetivo deste estudo foi investigar o efeito agudo do alongamento passivo, como forma de aquecimento, antes do treinamento de força em sala de musculação em exercício de leg press 45º para dez repetições máximas (10RM), comparando o alongamento com o aquecimento específico. Doze homens com idade entre 20 e 30 anos com pelo menos seis meses de experiência contínua em exercícios de musculação participaram do experimento. As amostras foram divididas em dois grupos, o que realizou alongamento (GA) (n=6), e o que fez aquecimento específico (GE) (n=6) antecedente aos testes. Os participantes foram submetidos aos testes de mensuração de carga para 10 repetições máximas no primeiro dia sem utilização de exercícios de aquecimento. Após 48 á 72 horas, foi feito o reteste onde o GA executou duas séries de 20 segundos de alongamentos estáticos em três diferentesposições, até o limiar de dor. O GE realizou duas séries de 15 repetições com 50% da carga. Em ambas as situações, foram mantidas um intervalo de um minuto antes da execução do re-teste de 10RM. Encontramos diferença estatisticamentesignificativa atravésdo teste tde Student (p≤ 0,05) entre os diferentes protocolos de aquecimento utilizados. Houve uma diminuição da força para 10 repetições máximas em exercício de leg press 45º (p = 0,013) no GA ( -13,3 %) e aumento (p = 0,021) no GE ( + 16,7%). Conclusão: os exercícios de alongamento no tempo, intensidade e grupos musculares estudados provocam redução aguda no desempenho da força. Sugere-se que treinadores utilizem o aquecimento específico antes de exercícios de força.
Referências
-Achour Junior, A. Alongamento e flexibilidade: definições e contraposições. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. Florianópolis, Santa Catarina. Vol. 12. Núm. 1. 2007. p. 54-58.
-Albuquerque, C.; e colaboradores. Efeito agudo de diferentes formas de aquecimento sobre a força muscular. Fisioterapia em Movimento. Vol. 24. Núm. 2. 2011. p. 221-229.
-Arruda, F.B.; Faria, L.B.; Silva, V.; Simão, R.; Senna, G.W.; Novaes, J.; Maior, A. S. Influência do Alongamento no Rendimento do Treinamento de Força. Revista Treinamento Desportivo. Vol. 7. Núm. 1. 2006. p. 1-4.
-Bacurau, R. F. P.; Monteiro, G. A. Ugrinowitsch, C.; Tricoli, V. Cabral, L. F. Aoki, M. S. Acute Effect of a Ballistic and a Static Stretching Exercise Bout on Flexibility and Maximal Strenght. Journal of Strength and Conditioning Research. Vol. 23. Núm. 1. 2009. p. 304-308.
-Brown, L. E. Treinamento de Força. Manole. 2008. p. 215-235.
-Coelho, C. W.; Araújo, C. G. S. Relação Entre o Aumento da Flexibilidade e Facilitação na Execução de Ações Cotidianas em Adultos Participantes de Programa de Exercício Supervisionado. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano. Vol. 2. Núm. 1. 2000. p. 31-41.
-Conceição, M. C. S. C.; Sampaio, A. O.; Vale, R. G. S. Achour Jr., A.; Dantas, E. H. M. Efeitos Crônicos do Flexionamento Estático Sobre Parâmetros Neuromusculares em Adultos Jovens. Revista Brasileira Medicina do Esporte. Vol. 18. Núm. 3. 2012. p. 181-185.
-Di Alencar, T. A.M.; Matias, K. F. S.; Princípios Fisiológicos do Aquecimento e Alongamento Muscular na Atividade Esportiva. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 16. Núm. 3. 2010. p. 230-234.
-Dias, R. M. R.; Cyrino, E. S.; Salvador, E. P.; Caldeira, L. F. S.; Nakamura, F. Y.; Papst, R. R.; Bruna, N.; Gurjão, A. L. D. Influência do Processo de Familiarização Para Avaliação da Força Muscular em Teste de 1-RM. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 11. Núm. 1. 2005. p. 34-38.
-Endlish, P. W.; Farina, G. R. Dambroz, C.; Gonçalvez, W. L. S.; Moysés, M. R.; Mill, J. G.; Abreu, G. R.; Efeito Agudo do Alongamento Estático no Desempenho da Força Dinâmica em Homens Jovens. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 15. Núm. 3. 2009. p. 200-203.
-Fermino, R. C.; Winiarski, Z. H.; Rosa, R. J.; Lorenci, L. G.; Buso, S.; Simão, R. A Influência do Aquecimento Específico e de Alongamento no Desempenho da Força Muscular em 10 Repetições Máximas. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Vol. 13. Núm. 4. 2005. p. 25-32.
-Fleck, S. J.; Simão, R. Força: Princípios Metodológicos Para o Treinamento. Phorte. 2008. p. 40-46.
-Hebert, R. D.; Gabriel, M. Effects of Stretching Before and After Exercising on Muscle Soreness and Risk of Injury: a Systematic Review. BMJ. London, United Kingdom. Vol. 325. 2002. p. 468-470.
-Júnior, R. S.; Leite, T.; Reis, V. M. Influence of the Number of Sets at a Strenght Training in the Flexibility Gains. Journal of Human Kinetics Special Issue. Katowice, Poland. Vol. 29. Núm. 1. 2011. p. 47-52.
-Kramer, W. J.; Fleck, S. J.; Otimizando o Treinamento de Força: Programas de Periodização Não-Linear. Manole. 2009. p. 113-119.
-Monteiro, W. D.; Simão, R.; Polito, M. D.; Santana, C. A.; Chaves, R. B.; Bezerra, E.; Fleck, S.J. Influence of Strength Training on Adult Women’s Flexibility. Journal of Strength and Conditioning Research. Vol. 22. Núm. 3. 2008. p. 672-677.
-Moraes, A. H. C. O Alongamento Como Precedente do Exercício de Força: Aumento do Desempenho e Prevenção de Lesões. Educação Física em Revista. Vol. 7. Núm. 1. 2013. p. 1-7.
-Nelson, R. T.; Bandy, W. D. An Update on Flexibility. Strength and Conditioning Journal. Vol. 27. Núm. 1. 2005. p. 10-16.
-Oliveira, D. P.; Silva, L. C.; Alonso, D. O. Efeito do Alongamento Prévio no Desempenho em Teste de Força Muscular Máxima. Revista Brasileira de Ciências da Saúde. Vol. 6. Núm. 17. 2008. p. 54-58.
-Paulo, A. C.; Ugrinowitsch, C.; Leite, G. S.; Arsa, G.; Marchetti, P. H.; Tricoli, V. Efeito agudo dos exercícios de flexibilidade no desempenho de força máxima e resistência de força de membros inferiores e superiores. Motriz. Vol. 18. Núm. 2. 2012. p. 345-355.
-Ramos, G. V.; Santos, R. R.; Gonçalves, A. Influência do Alongamento Sobre a Força Muscular: Uma Breve Revisão Sobre as Possíveis Causas. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano. Vol. 9. Núm. 2. 2007. p. 203-206.
-Ratamess, N. A.; Alvar, B. A.; Evetoch, T. E.; Housh, T. J.; Ben Kibler, W.; Kraemer, W. J.; Triplett, N. T. Progression Models in Resistance Training for Healthy Adults. Medicine and Science in Sports and Exercise. Vol. 41. Núm. 3. 2009.p. 687-708.
-Ribeiro, F. M.; Oliveira, F.; Jacinto, L.; Santoro, T.; Lemos, A.; Simão, R. Influência Aguda do Alongamento Passivo e do Aquecimento Específico na Capacidade de Desenvolver Carga Máxima no Teste de 10RM. Fitness e Performance Journal. Vol. 6. Núm. 1. 2007. p. 5-9.
-Santos, E.; Rhea, M. R.; Simão, R.; Dias, I.; Salles, B. F.; Novaes, J.; Leite, T.; Blair, J. C.; Bunker, D. J. Influence of Moderately Intense Strength Training on Flexibility in Sedentary Young Women. Journal of Strength and Conditioning Research. Vol. 24. Núm. 11. 2010. p. 3144-3149.
-Shrier, I. Does Stretching Improve Performance? A Systematic and Critical Review of the Literature. Clinical Journal of Sport Medicine. Vol. 14. Núm. 5. 2004. p. 267-273.
-Shrier, I.; Gossal, M. Myths and Truths of Stretching. The Physican and Sports medicine. Vol. 28. Núm. 8. 2000. p. 35-46.
-Silveira, R. N.; Farias, J. M.; Alvarez, B. R.; Bif, R. Vieira, J. Efeito Agudo do Alongamento Estático em Musculo Agonista nos Níveis de Ativação e no Desempenho da Força de Homens Treinados. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 17. Núm. 1. 2011. p. 26-30.
-Simão, R.; Giacomini, M.B.; Dornelles, T.S.; Marramon, M.G.; Viveiros, L.E.; Influência do Aquecimento Específico e da Flexibilidade no Teste de 1 RM. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício. Vol. 2. 2003. p. 134-40.
-Simão, R.; Lemos, A.; Salles, B.; Leite, T.; Oliveira, É.; Rhea, M.; Reis, V. M. The Influence of Strength, Flexibility, and Simultaneous Training on Flexibility and Strength Gains Journal of Strength and Conditioning Research. Vol. 25. Núm. 5. 2011. p.1333-1338.
-Souza, J. K. M. S.; Paz, G. A.; Miranda, H. Influência de Diferentes Intervalos de Recuperação Entre o Alongamento Estático Passivo e Desempenho de Força Muscular. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. Vol. 18. Núm. 1. 2013. p. 86-94.
-Tricoli, V.; Paulo, A.C. Efeito Agudo dos Exercícios de Alongamento Sobre o Desempenho de Força Máxima. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. Vol. 7. Núm. 1. 2002. p. 6-13.
-Vieira, W. H. B.; Nogueira, J. F. S.; Souza, J. C.; Prestes, J. O Alongamento e o Aquecimento Interferem na Resposta Neuromuscular? Uma Revisão de Literatura. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Vol. 21. Núm. 1. 2013. p. 158-160.
-Viveiros, L.; Polito, M. D.; Simão, R.; Farinatti, P. Respostas Agudas Imediatas e Tardias da Flexibilidade na Extensão do Ombro em Relação ao Número de Séries e Duração do Alongamento. Revista Brasileira de Medicinado Esporte. Vol. 10. Núm. 6. 2004. p. 459-463.
-Weineck, J. Biologia do Esporte. 7ª edição. Manole. 2005. p. 271-282.
-Young, W. B.; Behm, D. G. Should static stretching be used during a warm-up for strength and power activities?. Strength and Conditioning Journal. Vol. 24. Núm. 6. 2002. p. 33-37.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).