Privação da visão melhora força no teste de uma repetição máxima
Resumo
A visão pode trazer contribuições importantes para o controle do movimento, porém sua influência nem sempre é positiva. Em função disso, muitos executantes optam por outras formas de controle, como a dominância visual, que é a tendência da informação visual de dominar a informação vinda de órgãos do sentido durante o processo de percepção. Neste contexto, o objetivo do presente estudo foi avaliar o comportamento da força no exercício de supino, com e sem feedback visual. A amostra foi composta por 20 indivíduos, sendo 10 homens (idade = 24,5 ± 1,1 anos; peso = 75,4 ± 1,1 Kg; altura = 174,4 ± 1,03 cm; IMC = 25,23 ± ,508 Kg/m²) e 10 mulheres (idade = 24,9 ± 1,3 anos; peso = 61,7 ± 1,7Kg; altura = 168,1 ± 1,74 cm; IMC = 21,8 ± ,462 Kg/m²) saudáveis, praticantes de exercício de força há mais de doze meses. Foi feita a familiarização e após 72h realizado os testes de 1 repetição máxima (1RM) no exercício de supino horizontal com e sem feedback visual (o índice de confiabilidade encontrado foi r=0,98). Houve um aumento significativo da força muscular (aproximadamente 4%) para os teste de 1 RM com privação da visão em relação ao teste sem privação da visão, tanto para homens quanto para mulheres sem diferença entre gêneros. Este estudo sugere que a privação da visão, pelo fato de os indivíduos não se subestimarem com a carga, pode aumentar o desempenho no teste de 1 RM.
Referências
-American College of Sports Medicine. Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. 6ª edição. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan. 2002.
-American College of Sports Medicine. Position stand -Quantity and quality of exercise for developing and maintaining cardiorespiratory, musculoskeletal, and neuromotor fitness in apparently healthy adults: guidance for rescribing exercise. Medicine & Science in Sports & Exercise. Vol. 43. Num. 7. 2011. p. 1334-1359.
-American College of Sports Medicine.Position Stand: progression models in resistance training for healthy adults. Medicine Science Sports Exercises. Vol. 41. Num. 3. 2009. p. 687-708.
-Barbanti, V.J. Teoria e prática do treinamento esportivo. 2ªedição. São Paulo. 1997.
-Barela, J.A.; Polastri, P. F.; Godoi, D. Controle postural em crianças: oscilação corporal e freqüência de oscilação. Revista Paulista de Educação Física. Vol. 14. Num. 1. 2000, p. 68-77.
-Baweja, H.S.; Kennedy, D.M.; Vu, J.L.; Vaillancourt, D.E.; Christou, E.A. Greater amounts of visual feedback alters muscle activity and reduce force variability during constant isometric contractions. Chicago, IL. Society for Neuroscience. 2009.
-Corrêa, N.D.; Moreira, D.; Fonseca, A.C.S.; Cilento, M.B.R. Feedback visual e força de preensão palmar. Revista neurociências. Vol. 4. Num. 1. 2008.
-Dutra, D.R.; Nied, M.R.; Liberali, R. Mudança na composição corporal após treinamentos de musculação com carga de 60% e 80% de 1RM. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do exercício. Vol. 2. Num. 11. 2008. p. 534-542.
-Gallahue, D.L.; Ozmun, J.C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3ª edição. Phorte. 2005.
-Garcia, P.A.; Dias, J.M.D.; Dias, R.C.; Santos, P.; Zampa, C.C. Estudo da relação entre função muscular, mobilidade funcional e nível de atividade física em idosos comunitários. Revista Brasileira de Fisioterapia. Vol. 15. Num. 1. 2011. p. 15-22.
-Knuttgen, N. H.; Kraemer, W. J. Terminology e measurement in exercise performance. The Journal of Strength and Conditioning Research, Vol .1. Num. 1. 1987. p. 1-10.
-Komi, P.V. Força e potência no esporte. Artmed. 2006.
-Lamas, L.; Drezner, R.; Tricoli, V.; Ugrinowitsch, C. Efeito de dois métodos de treinamento no desenvolvimento da força máxima e da potência muscular de membros inferiores Revista Brasileira Educação Física e Esporte. Vol. 22. Num. 3. 2008. p. 235-245.
-Laudani, L.; Vannozzi, G.; Sawacha, Z.; Della Croce, U.; Cereatti, A.; Macaluso, A. Association between physical activity levels and physiologic underlying mobility in young, middle-aged and older individuals living in a city district. Plos one. Vol. 8. Num. 9. 2013. p. 1-9.
-Magill, R.A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. 5ªedição. São Paulo. Editora Edgard Blücher. 2000.
-Maior, A.S.; Sousa, G.J.; Oliveira, P.; Silva, K.; Giusti, J.; Salles, B.F.; Senna, G.W.; Simão, R. Resposta da Força Muscular em Mulheres com a Utilização de duas Metodologias para o teste de 1 RM. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício. Vol. 4. Num. 24. 2010. p. 587-592.
-Maior, A.S.; Varalho, A.T.; Matoso, A.G.P.S.; Edmundo, D. A.; Oliveira, M. M.; Vinari, V. A. Resposta da Força Muscular em Homens com a Utilização de duas Metodologias para o teste de 1 RM. Revista Brasileira Cineantropia e desempenho humano. Vol. 9. Num. 2. 2007. p. 177-182.
-Mitchell, C.J.; Churchward-Venne, T.A.; West, D.W.; Burd, N.A.; Breen, L.; Baker, S.K.; Phillips, S.M. Resistance exercise load does not determine training-mediated hypertrophic gains in young men. Journal Applied Physiology. Vol.113. Num. 1. 2012. p. 71-77.
-Nascimento, M.A.; Cyrino, E.S.; Nakamura, F.Y.; Romanzini, M.; Pianca, H.J.C.; Queiróga, M.R. Validação da equação de Brzycki para a estimativa de 1-RM no exercício supino em banco horizontal. Revista brasileira de medicina do esporte. Vol. 13. Num. 1. 2007. p. 47-50.
-Panveloski-Costa, A.C.; Papoti, A.C.; Moreira, R.J.; Seraphim, P.M. Respostas lactacidêmicas de ratos ao treinamento intermitente de alta intensidade. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 18. Num. 2. 2012. p. 122-125.
-Puthoff, M.L.; Janz, K.F.; Nielson, D. The relationship between lower extremity strength and power to everday walking behaviors in older adults with functional limitations. Journal of Geriatric Physical Therapy. Vol. 31. Num. 1. 2008. p. 24-31.
-Scott, D.; Blizzard, L.; Fell, J.; Jones, G. Ambulatory activity, body composition, and lower-limb muscle strength in older adults. Medicine and Science in Sports and exercise.Vol. 41. Num. 2. 2009. p. 383-389.
-Way, T.P.; Barner, K.E. Automatic visual to tactile translation Part I: Human factors, acess methods, and image manipulation. IEEE Trans Rehabil. Vol. 5. Num. 1. 1997. p. 81-94.
-Wilmore J.H; Costill D.L. Fisiologia do esporte e do exercício. São Paulo. Manole. p. 709. 2001.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).