Respostas do lactato sanguíneo e da dor muscular de início tardio pós dois métodos distintos de treinamento de força
Resumo
Introdução: O treinamento de força tem sido recomendado devido aos inúmeros benefícios relacionados à estética, saúde e condicionamento físico. Objetivo: Analisar as respostas do lactato sanguíneo e da dor muscular de início tardio pós dois métodos de treinamento de força. Metodologia: Onze homens, com 30,0 ± 8,81 anos, foram submetidos de forma randomizada e com intervalo mínimo de 96 horas, ao método pirâmide decrescente (4 séries: 10,12,14 e 16RM e intervalo de 60 segundos) e repetições forçadas (4 séries: 6RM, e intervalo de 90 segundos) para os de supino reto, supino inclinado e crucifixo. Para medir o impacto de cada método o lactato sanguíneo e a dor muscular de início tardio foram mensuradas pré e pós cada intervenção. Resultados: O método pirâmide decrescente gerou maiores (p <0,05) concentrações de lactato sanguíneo (pré 1,21 ± 0,65 e pós 8,42 ± 1,81 mmols/l) quando comparado com o método de repetições forçadas (pré 1,28 ± 0,62 e pós 6,30 ± 1,87 mmols) e a dor muscular de início tardio não diferiu entre eles. Conclusão: Os métodos de treinamento de força investigados promovem importantes alterações nas concentrações de lactato sanguíneo, com destaque ao protocolo (pirâmide decrescente) com característica de sobrecarga metabólica. Portanto, estes métodos podem ser uma alternativa de grande valia quando se tem como objetivo alternar o tipo de sobrecarga (mecânica e metabólica) da sessão de treinamento e dessa forma, devem ser escolhidos com prudência e mediante as necessidades e objetivos do treinamento.
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