Respostas do lactato sanguí­neo e da dor muscular de iní­cio tardio pós dois métodos distintos de treinamento de força

  • Marcio Cristiano Sobral Graduado em Educação Fí­sica - Faculdade de Educação Fí­sica de Santos
  • Alexandre Correia Rocha Mestre em Educação Fí­sica - Universidade São Judas Tadeu, Docente da Universidade Paulista - UNIP/Santos-SP e da Faculdade de Educação Fí­sica de Santos - FEFIS/UNIMES
Palavras-chave: Treinamento resistido, Avaliação, Hipertrofia

Resumo

Introdução: O treinamento de força tem sido recomendado devido aos inúmeros benefí­cios relacionados à estética, saúde e condicionamento fí­sico. Objetivo: Analisar as respostas do lactato sanguí­neo e da dor muscular de iní­cio tardio pós dois métodos de treinamento de força. Metodologia: Onze homens, com 30,0 ± 8,81 anos, foram submetidos de forma randomizada e com intervalo mí­nimo de 96 horas, ao método pirâmide decrescente (4 séries: 10,12,14 e 16RM e intervalo de 60 segundos) e repetições forçadas (4 séries: 6RM, e intervalo de 90 segundos) para os de supino reto, supino inclinado e crucifixo. Para medir o impacto de cada método o lactato sanguí­neo e a dor muscular de iní­cio tardio foram mensuradas pré e pós cada intervenção. Resultados: O método pirâmide decrescente gerou maiores (p <0,05) concentrações de lactato sanguí­neo (pré 1,21 ± 0,65 e pós 8,42 ± 1,81 mmols/l) quando comparado com o método de repetições forçadas (pré 1,28 ± 0,62 e pós 6,30 ± 1,87 mmols) e a dor muscular de início tardio não diferiu entre eles. Conclusão: Os métodos de treinamento de força investigados promovem importantes alterações nas concentrações de lactato sanguí­neo, com destaque ao protocolo (pirâmide decrescente) com caracterí­stica de sobrecarga metabólica. Portanto, estes métodos podem ser uma alternativa de grande valia quando se tem como objetivo alternar o tipo de sobrecarga (mecânica e metabólica) da sessão de treinamento e dessa forma, devem ser escolhidos com prudência e mediante as necessidades e objetivos do treinamento.

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Publicado
2017-06-20
Como Citar
Sobral, M. C., & Rocha, A. C. (2017). Respostas do lactato sanguí­neo e da dor muscular de iní­cio tardio pós dois métodos distintos de treinamento de força. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 11(66), 284-292. Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/1121
Seção
Artigos Científicos - Original