Percepção subjetiva de esforço e nível de afetividade no treinamento intervalado de alta intensidade: comparação entre dois protocolos populares
Resumo
Introdução e objetivo: Nos últimos anos, o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) tem chamado muita atenção da mídia e dos frequentadores de academia em todo o mundo. Apesar da existência de alguns estudos analisando os efeitos fisiológicos e funcionais do HIIT, ainda são escassos os estudos analisando respostas perceptuais do HIIT, sobretudo, em mulheres. Assim, o objetivo do estudo foi analisar e comparar as respostas de percepção subjetiva de esforço (PSE) e afetividade (AFET) entre dois protocolos populares de HIIT. Materiais e métodos: Foram analisadas 20 mulheres saudáveis e destreinadas (33,8 ± 10,0 anos; IMC: 24,2 ± 3,8 kg/m²). A amostra foi submetida a duas sessões de HIIT em bicicleta estacionária, cada uma com um protocolo distinto: Tabata e Wingate. Após ambas as sessões, os níveis de PSE e AFET foram identificados. Os dados foram analisados através do teste t student para amostra em pares (PSE) e Wilcoxon (AFET). Resultados: Tabata apresentou PSE mais elevada em relação ao Wingate (17,5 ± 2,3 vs. 13,8 ± 2,3). Não foram observadas diferenças significativas na afetividade entre os protocolos (-2,9 ± 1,1 vs. -2,2 ± 1,3 para Tabata e Wingate, respectivamente), no entanto Tabata mostrou tamanho do efeito médio sobre Wingate. Conclusão: O protocolo Tabata foi percebido como mais exaustivo. A resposta da AFET não diferiu significativamente entre os protocolos, porém o protocolo Tabata apresentou tamanho do efeito médio sobre Wingate. Assim, o protocolo de Wingate parece ser mais interessante para mulheres destreinadas.
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