A experiência e inexperiência com o treinamento de força podem influenciar o número de repetições máximas previstas para carga de 10RM declarada

  • Raphael Neves Buçard Faculdade Santo Antônio de Pádua, departamento de Educação Fí­sica, Santo Antônio de Pádua-RJ.
  • Claudio Ney Barros Nunes Faculdade Santo Antônio de Pádua, departamento de Educação Fí­sica, Santo Antônio de Pádua-RJ.
  • Rodrigo Bergome Muniz Academia Boechat Fitness, Santo Antônio de Pádua-RJ.
  • Taynan Luchi Universidade Federal do Espí­rito Santo, Centro de Educação Fí­sica e Desportos, Vitória-ES.
  • Alexandre Barroso Melo Universidade Federal do Espí­rito Santo, Centro de Educação Fí­sica e Desportos, Vitória-ES.
  • Johan Reis de Carvalho Faculdade Santo Antônio de Pádua, departamento de Educação Fí­sica, Santo Antônio de Pádua-RJ.
  • Victor Magalhães Curty Universidade Federal do Espí­rito Santo, Departamento de Ciências Fisiológicas
Palavras-chave: Treinamento de força, Repetições máximas, Experiência, Desempenho

Resumo

Introdução: A intensidade do treinamento de força (TF) pode ser dada com base no percentual de peso suficiente para realizar um número especí­fico de repetições máximas (RM) ou na realização de RM propriamente dita. No entanto, muitos praticantes não seguem essas orientações, mesmo com algum tempo de experiência no TF. Objetivo: Avaliar se diferentes ní­veis de experiência podem influenciar a realização do TF dentro do núºmero de RM objetivado. Método: Quatorze indiví­duos saudáveis, praticantes de TR, foram divididos em dois grupos: 1) Experientes (n=7; ≤ 36 meses de experiência) e 2) Inexperientes (n=7; ≤ 12 meses de experiência). Foram registrados: a) tempo de experiência, b) a carga declarada (CD) suficiente para realizar as 10 RM previstas (RMP) e c) o número de RM alcançado (RMA). O número de RM atingido no momento da falha muscular concêntrica (FMC) foi considerado o número de RMA. Resultados: O grupo experiente apresentou maior massa corporal total (Kg), maior CD e menor percentual de gordura corporal. O maior tempo de experiência foi fortemente correlacionado às maiores cargas utilizadas, enquanto que para o grupo inexperiente essas variáveis (tempo de treinamento vs. carga utilizada) não se correlacionaram. O grupo experiente não apresentou diferenças significativas entre RMD e RMA. No entanto, o grupo inexperiente apresentou número de RMA significativamente superior ao número de RMP. Conclusão: Indiví­duos inexperientes realizam o treinamento de força com intensidade inferior ao seu real objetivo, enquanto que maiores tempos de experiência reduzem esse erro.

Biografia do Autor

Victor Magalhães Curty, Universidade Federal do Espí­rito Santo, Departamento de Ciências Fisiológicas

Possui Licenciatura (2008) e Bacharel (2009) e em Educação Fí­sica pela Universidade Iguaçu (UNIG/RJ). Especializado em Aspectos Biodinâmicos do movimento humano (2011) pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Mestre em Bioengenharia (2014) pela Universidade Camilo Castelo Branco. Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas pela Universidade Federal do Espí­rito Santo (UFES).

Referências

-ACSM. Progression Models in Resistance Training for Healthy Adults. Medicine & Science in Sports & Exercise. Num. 1. p. 687-708. 2009.

-ACSM. Quantity and quality of exercise for developing and maintaining cardiorespiratory, musculoskeletal, and neuromotor fitness in apparently healthy adults: Guidance for prescribing exercise. Medicine and Science in Sports and Exercise. Vol. 43. p. 1334-1359. 2011.

-Ahtiainen, J. P.; Walker, S.; Silvennoinen, M.; Kyröläinen, H.; Nindl, B. C.; Häkkinen, K.; Nyman, K.; Selänne, H.; Hulmi, J.J. Exercise type and volume alter signaling pathways regulating skeletal muscle glucose uptake and protein synthesis. European Journal of Applied Physiology. Vol. 115. Num. 9. p. 1835-1845. 2015.

-Bezerra, E. S.; Barbosa, A. P.; Sena, R. O.; Coelho, C. E. C.; Marques, O. S.; Guimarães, T. M.; Amadio, A. C.; Mochizuki, L.; Serrão, J. C. Relação da Carga Subjetiva durante o testede Repetição máxima para o membro inferior em indivíduos treinados. Revista Eletrônica da Escola de Educação Física e Desportos-UFRJ. Vol. 4. Num. 1. p. 3-13. 2008.

-Bianco, A.; Filingeri, D.; Paoli, A.; Palma, A. One repetition maximum bench pressperformance: A new approach for its evaluation in inexperienced males and females: A pilot study. Journal of Bodywork and Movement Therapies. Vol. 19. Num. 2. p. 362-369. 2015.

-Burd, N. A.; West, D. W. D.; Staples, A. W.; Atherton, P. J.; Baker, J. M.; Moore, D. R.; Holwerda, A. M.; Parise, G.; Rennie, M. J.; Baker, S. K.; Phillips, S. M. Low-load high volume resistance exercise stimulates muscle protein synthesis more than high-load low volume resistance exercise in young men. PLoS ONE. Vol. 5. Num. 8. 2010a.

-Burd, N. A.; Andrews, R. J.; West, Daniel W. D.; Little, J. P.; Cochran, A. J. R.; Hector, A. J.; Cashaback, J. G. A.; Gibala, M. J.; Potvin, J. R.; Baker, S. K.; Phillips, S. M. Muscle time under tension during resistance exercise stimulates differential muscle protein sub-fractional synthetic responses in men. The Journal of physiology. Vol. 590. Num. Pt 2. p. 351-362. 2012.

-Burd, N. A.; Holwerda, A. M.; Selby, K. C.; West, D. W. D.; Staples, A. W.; Cain, N. E.; Cashaback, J. G. A.; Potvin, J.R.; Baker, S. K.; Phillips, S. M. Resistance exercise volume affects myofibrillar protein synthesis and anabolic signalling molecule phosphorylation in young men. The Journal of physiology. Vol. 588. Num. Pt 16. p. 3119-3130. 2010b.

-Gentil, P.; Fischer,B.; Martorelli, A. S.; Lima, R. M.; Bottaro, M. Effects of equal-volume resistance training performed one or two times a week in upper body muscle size and strength of untrained young men. Journal of Sports Medicine and Physical Fitness. Vol. 55. Num. 3. p. 144-149. 2015.

-Holm, L.; Hall, V. G.; Rose, A. J.; Miller, B. F.; Doessing, S.; Richter, E. A.; Kjaer, M. Contraction intensity and feeding affect collagen and myofibrillar protein synthesis rates differently in human skeletal muscle. American journal of physiology. Endocrinology and metabolismo. Vol. 298. Num. 23. p. e257-e269. 2010.

-Kubota, A.; Sakuraba, K.; Sawaki, K.; Sumide, T.; Tamura, Y. Prevention of disuse muscular weakness by restriction of blood flow. Medicine and Science in Sports and Exercise. Vol. 40. p. 529-534. 2008.

-Lejkowski, P. M.; Pajaczkowski, J. A. Utilization of Vascular Restriction Training in post-surgical knee rehabilitation: a case report and introduction to an under-reported training technique. The Journal of the Canadian Chiropractic Association. Vol. 55. Num. 4. p. 280-287. 2011.

-Menêses, A. L.; Santana, F. S.; Soares, A. H. G.; Souza, B. C. C. S.; Diogo, J. C. A.; Santos, M. A. M. C.; Cyrino, E. S.; Ritti-Dias, R. M. Validade das equações preditivas de uma repetição máxima varia de acordo com o exercício realizado em adultos jovens treinados Vadidity of one repetition maximum exercise performed in trained young adults. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde. Vol. 18. Num. 1. p. 95-104. 2013.

-Miranda, H.; Fleck, S. J. Simão, R.; Barreto, A. C.; Dantas, E. H. M.; Novaes, J. Effect of two different rest period lengths on the number of repetitions performed during resistance training. Journal of strength and conditioning research. Vol. 21. Num. 4. p. 1032-1036. 2007.

-Miranda, H.; Simão, R.; dos Santos Vigário, P.; de Salles, B. F.; Pacheco, M. T. T.; Willardson, J. M. Exercise order interacts with rest interval during upper-body resistance exercise. J Strength Cond Res. Vol. 24. Num. 6. p. 1573-1577. 2010.

-Mitchell, C.J.; Churchward-Venne, T. A.; West, D. W.; Burd, N.A.; Breen, L.; Baker, S. K.; Phillips, S. M. M. Resistance exercise load does not determine training-mediated hypertrophic gains in young men Resistance exercise load does not determine training-mediated hypertrophic gains in young men. Vol. 133. p. 71-77. 2012.

-Ratamess, N. A.; Faigenbaum, A. D.; Hoffman, J. R.; Kang., J. Self-selected resistance training intensity in healthy women: the influence of a personal trainer. Journalof Strength & Conditioning Research. Vol. 22. Num. 1. p. 103-111. 2008.

-Ritti-Dias, R.; Avelar, A.; Salvador, E.; Cyrino, E. Influence of previous experience on resistance training on reliability of one repetition maximum test. Journal of Strength & Conditioning Research. Vol. 25. Num. 5. p. 1418-1422. 2011.

-Roschel, H.; Ugrinowistch, C.; Barroso, R.; Batista, M. B.; Souza, E. O.; Aoki, M. S.; Siqueira-Filho, M. A.; Zanuto, R.; Carvalho, C. R. O.; Neves, M.; Mello, M. T.; Tricoli, V. Effect of eccentric exercise velocity on akt/mtor/p70(s6k) signaling in human skeletal muscle. Applied physiology, nutrition, and metabolism: Physiologie appliquee, nutrition et metabolisme. Vol. 36. Num. 2. p. 283-290. 2011.

-Sands, W. A; Wurth, J. J.; Hewit, J. K. Basics os Strength and Conditioning Manual. NSCA. Vol. 207. Num. 7. p. 104. 2012.

-Simão, R.; Poly, M. A.; Lemos, A. Prescrição de Exercícios Através do teste de Uma repetição Máxima (T1RM) em Homens Treinados. Fitness & performance jornal. Num. 1. p. 47-51. 2004.

-Spineti, J.; de Salles, B. F.; Rhea, M. R.; Lavigne, D.; Matta, T.; Miranda, F.; Fernandes, L.; Simão, R. Influence of exercise order on maximum strength and muscle volume in nonlinear periodized resistance training. Journal of Sports Science and Medicine. Vol. 24. Num. 11. p. 2962-2969. 2010.

-Terzis, G.; Spengos, K.; Mascher, H.; Georgiadis, G.; Manta, P.; Blomstrand, E. The degree of p70S6k and S6 phosphorylation in human skeletal muscle in response to resistance exercise depends on the training volume. European Journal of Applied Physiology. Vol. 110. Num. 4. p. 835-843. 2010.

-Wernbom, M.; Apro, W.; Paulsen, G.; Nilsen, T. S.; Blomstrand, E.; Raastad, T. Acute low-load resistance exercise with and without blood flow restriction increased protein signalling and number of satellite cells in human skeletal muscle. European Journal of Applied Physiology. Vol. 113. Num. 12. p. 2953-2965. 2013.

-West, D. W. D.; Cotie, L. M.; Mitchell, C. J.; Churchward-Venne, T. A.; Macdonald, M. J.; Phillips, S. M. Testosterone, growth hormone, and IGF-1 to skeletal muscle. vOL. 226. p. 220-226. 2013.

-Willardson, J. M.; Burkett, L. N. The effect of rest interval length on bench press performance with heavy vs. light loads. Journal ofstrength and conditioning research. Vol. 20. Num. 2. p. 396-399. 2006.

Publicado
2017-12-08
Como Citar
Buçard, R. N., Nunes, C. N. B., Muniz, R. B., Luchi, T., Melo, A. B., de Carvalho, J. R., & Curty, V. M. (2017). A experiência e inexperiência com o treinamento de força podem influenciar o número de repetições máximas previstas para carga de 10RM declarada. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 11(70), 801-808. Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/1277
Seção
Artigos Científicos - Original