O tempo de fala como parâmetro para elaboração de um protocolo indireto de limiar anaeróbio em teste ergométrico na esteira
Resumo
O presente estudo de caso apresenta um protocolo para determinarmos o limiar anaeróbio em esteira usando como parâmetro o tempo de fala. Para isso foi levado em consideração a provável relação entre o ponto de compensação respiratória e a dificuldade de fala pelo aumento da ventilação e freqüência respiratória. Um indivíduo 31 anos, 80 kg, 181 cm de altura, não tabagista e praticante de atividade física não competitiva foi submetido a 3 protocolos em dias distintos. 1) O protocolo de tempo de fala (TF) consiste em aferir até onde o avaliado consegue contar, em voz alta, a seguinte seqüência: zero, 1001, 1002 e assim por diante no tempo de 10 segundos. Esta contagem deve ser feita durante a expiração e o mais rápido possível. 2) Protocolo de limiar de lactato mínimo onde o avaliado realizou dois tiros de 200m com 1 minuto de intervalo, após descanso de 8 minutos foram dadas mais 5 voltas de 800m com velocidades progressivas e intervalo de 30 segundos para coleta de glicemia, lactato e FC. 3) Protocolo incremental de esteira onde a velocidade é aumentada em 1,2km/h a cada 3 minutos com pausa de 30 segundos a cada estágio para aferição de lactato, glicemia, FC e PSE. O teste de Tempo de Fala não apresentou diferença importante na velocidade (aproximadamente 12km/h) e FC (aproximadamente 170bpm) do Limiar Anaeróbio quando comparado com os testes descritos. Mas, baseados nos resultados que obtidos concluí-se que seria uma alternativa para locais com menos estrutura, haja vista sua praticidade e baixo custo se comparados com alguns dos testes existentes.
Referências
- Balady, Gary j.; Berra, Kathy A.; Golding, Lawrence A.; Gordon, Neil F.; Mahler, Donald A.; Myers, Jonathan N.; Sheldahl, Lois M. Diretrizes do ACSM Para os Testes de Esforço e sua Prescrição, 6º edição. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan. 2003.
- Borg, G.A.V. Psychophysical bases of perceived exertion. Med Sci Sports Exerc; 14:377-81. 1982.
- Bosquet, L.; Léger, L.; Legros, P. Methods to Determine Aerobic Endurance Sports Med; 32 (11): 675-700. 2002.
- Cheng, B.; Kuipers, H.; Snyder, A.C.; Keizer, H.A.; Jeukendrup, A.; Hesselink. M. A new approach for the determination of ventilatory and lactate thresholds. Int. J. Sports Med. 13:518 –522, 1992.
- Heck, H.; Mader, A.; Hess, G.; Mucke, S.; Muller, R.; Hollmann, W. Justification of the 4-mmol/l lactate threshold. Int. J. Sports Med. 6: 117-130. 1985.
- Kara, M.; Gokbel, H.; Bediz, C.; e colaboradores. Determination of the heart rate deflection point by the dmaxmethod. J Sports Med Phys Fitness; 36: 31-4. 1996.
- Karvonen, J.; Vuorimaa, T. Heart rate and exercise intensity during sports activities: practical application. Sports Med. 5:303 – 311, 1988.
- Kuipers, H.; Verstappen, F.T.J.; Keizer, H.A.; Guerten, P. Variability of aerobic performance in the laboratory and its physiological correlates. Int. J. Sports Med. 6:197–201, 1985.
- Padilla, S.; Mujika, I.; Orbaños, J.; Angulo, F. Exercise intensity during competition time trials in professional road. cycling. Med. Sci. Sports Exerc., Vol. 32, No. 4, pp. 850–856, 2000.
- Persinger, R.; Foster, C.; Gibson, M.; Fater, D.C.W.; Porcari. J.P. Consistency of the Talk Test for Exercise. Prescription. Med. Sci. Sports Exerc., Vol. 36, No. 9, pp. 1632–1636, 2004.
- Robert, A.; Robergs, Roberto. The Surprising History of The “HRmax=220-age” Equation. Landwehr. JEPonline.;5(2):1-10. 2002.
- Rondon, M.U.P.B.; Forjaz, C.L.M.; Nunes, N.; Amaral, S.L.A.; Barretto, C.P.; Negrão, C.E. Comparação entre a Prescrição de Intensidade de Treinamento Físico Baseada na Avaliação Ergométrica Convencional e na Ergoespirométrica. Arq Bras Cardiol, volume 70 (nº 3), 159-166, 1998.
- Silva, G.M.; Pacheco. C.F.; Ferrari, M.; Ziglio, P.G.; e colaboradores. Determination of the anaerobic threshold by a noninvasive field test in runners. J Appl Physiol; 52: 869-73. 1982.
- Silva, G.M.; Pacheco, M.E.; Campbell, S.G.; Baldissera, V.; Simões, G. comparação entre protocolos diretos e indiretos de avaliação da aptidão aeróbia em indivíduos fisicamente ativos. Revista brasileira de medicina do esporte. V. 11. nº 4 . julho/agosto. 2005.
- Sjödin, B.; Svedenhagm J. Applied physiology of marathon running. Sports Med ;2:83-99. 1985.
- Souza, N.T.; Yamaguti, S.A.L.; Campbell, S.G.; Simões, G. Identificação do lactato mínimo e glicose mínima em indivíduos fisicamente ativos. Revista brasileira de ciência e movimento. Brasília. V.11. nº 2. p. 71-75. 2003.
- Svedahl, K.; MacIntosh, B.R. Anaerobic threshold: The concept and methodsof measurement. Can. J. Appl. Physiol. 28(2): 299-323. 2003.
- Tegtbur, U.; Busse, M.W.; Braumann, K.M. Estimation of an individual equilibrium between lactate production and catabolism during exercise. Med. Sci. Sports Exerc. 25: 620-627. 1993.
- Weston, A.R.; Mbambo, Z.; Myburgh, K.H. Running economy of African and Caucasian Distance Runners. Med Sci Sports Exerc; 32:1130-4. 2000.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).