Análise dos estimadores de fadiga do eletromiograma durante o treinamento resistido de elevada intensidade executado sob diferentes intervalos de séries

  • Rayane Maria Pessoa de Souza Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), João Pessoa-PB, Brasil
  • José Edgley Guimarães Lopes Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), João Pessoa-PB, Brasil
  • Luana De Morais Bernardo Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), João Pessoa-PB, Brasil
  • Renata Gomes Gouveia Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), João Pessoa-PB, Brasil
  • Marcos Araújo Leite Filho Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), João Pessoa-PB, Brasil
  • Ramon Cunha Montenegro Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), João Pessoa-PB, Brasil
  • Cybelle de Arruda Navarro Silva Universidade Federal da Paraí­ba (UFPB), João Pessoa-PB, Brasil
  • Luí­s Paulo Nogueira Cabral Borges Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), João Pessoa-PB, Brasil
Palavras-chave: Eletromiografia, Fadiga muscular, Treinamento de resistência

Resumo

O objetivo deste trabalho foi analisar em praticantes de musculação (n=20) os estimadores de fadiga eletromiográficos durante o treinamento resistido, avaliado com diferentes intervalos de séries. Os protocolos foram realizados na Escola de Treinamento Resistido e Laboratório de Fisiologia do Movimento do UNIPÊ, sendo coletados os valores de: massa corporal, estatura, carga máxima (1RM), valor RMS e frequência mediana (fmed) do eletromiograma (EMG). Foram avaliados os músculos: quadrí­ceps femoral (vasto lateral- VL), na cadeira extensora e; bí­ceps braquial (BB), na rosca Scott. Os testes foram executados com 80% de 1RM. Entre as séries, foram avaliados três diferentes intervalos de recuperação: 30, 60 e 90s, com, no mí­nimo, 48 horas de intervalos entre cada avaliação. A análise do EMG exibiu que o BB, mostrou-se indiferente quanto à variação dos estimadores de fadiga (valor RMS e fmed) quando avaliado sob os três intervalos de recuperação, ou seja, os estimadores variaram na mesma proporção em todas as avaliações. Enquanto para o VL, a avaliação realizada com um intervalo de 30s exibiu uma magnitude de variação dos estimadores significativamente maior (p<0,05) do que quando utilizados os intervalos de 60 e 90s, não havendo diferença significativa entre estas últimas. Os dados do presente estudo sugerem que deve-se adotar intervalos de recuperação diferenciados conforme o grupo muscular trabalhado, com as variações dos estimadores de fadiga eletromiográficos sendo indiferentes aos intervalos de descanso (30, 60 e 90s) para o BB, e estando na dependência de curtos (30s) ou longos intervalos (60 e 90s) para o VL.

Referências

-Bandeira, C.C.A.; Berni, K.C.S.; Rodrigues-Bigaton, D. Análise eletromiográfica e força do grupo muscular extensor do punho durante isquemia induzida. Revista Brasileira de Fisioterapia. Vol. 13. Num. 1. 2009. p. 31-37.

-Blackwell, J.R.; Kornat, K.W.; Heath, E.M. Effect of grip span on maximal grip force and fatigue of flexor digitorum superficialis. Applied Ergonomics. Vol. 1. Num. 30. 1999. p. 401-405.

-Brzycki,M. Strength Testing -Predicting a One-Rep Max fron Reps-to-fatigue. Jornal of Physical Education. Recreation & Dance. Vol. 64. 1993. p. 88-90.

-Bunout, D.; Barrera, G.; De La Maza, P.; Gattas, V.; Hirsch S. Seasonal variation in insulin sensitivity in healthy elderly people. Nutrition, Vol. 19. Num. 4. 2003. p. 310.

-Claflin, D.R.;Larkin, L.M.; Cederna, O.S.; Worowitz, J.F.; Alexander, N.B.; Cole, N.M.; Galecki, A.T.; Chen, S.; Nyguist, L.V.; Carlson, B.M.; Faulkner, J.A.; Ashton-Miller, J.A. Effects of high-and low-velocity resistance trainingon the contractile properties of skeletal muscle fibers from young and older humans. Journal of Applied Physiology. Vol. 111. Núm. 4. p. 1021-1030. 2011.

-Clarke, D.H. The influence on muscular fatigue patterns of the intercontraction rest interval. Med Sci Sports. Vol. 3. Num. 2. 1971. p. 83-88.

-DeVries, H.A. Method for evaluation of muscle fatigue and endurance from electromyographic fatigue curves. Am. J. Phys. Med. Vol. 47. Num. 3. 1968. p. 125-135.

-Dias, R.M.R.; Cyrino, E.S.; Salvador, E.P.; Caldeira, L.F.S; Nakamura, F.Y.; Papst, R.R; Bruna, N.; Gurjão, A.L.D. Influência do processo de familiarização para avaliação da força muscular em testes de 1 RM. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol.11. Num. 1. 2005. p.34-38.

-Diefenthaelerr, F.; Vaz, M.A. Aspectos relacionados à fadiga durante o ciclismo: uma abordagem biomecânica. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 14. Num. 5. 2008. p. 472-477.

-Eason, R.G. Electromyographic study of local and generalized muscular impairment. J. Appl. Physiol. Vol. 15. Num. 3. 1960. p. 479-482.

-Ebersole, K.T.; Housh, T.J.; Johnson, G.O.; Evetovich, T.K.; Smith, D.B.; Perry, S.R. EMG responses of the superficial quadriceps femoris muscles. J. Electromyogr. Kinesiol. Oxford. Vol. 9. Num. 3. 1999. p. 219-227.

-Edwards, R.G.; Lippold, O.C. The relation between force and integrated electrical activity in fatigued muscle. J. Physiol. Vol. 132. Num. 3. 1956. p. 677-681.

-Gentil, P. Bases Científicas do Treinamento de Hipertrofia. Rio de Janeiro.Sprint.2005.

-Gonçalves, M. Eletromiografia e a identificação da fadiga muscular. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. Vol. 20. Num. 5. 2006. p. 91-93.

-Gonçalves, M. Limiar de fadiga eletromiográfica. In: Denadai, B. S. Avaliação aeróbia: determinação indireta da resposta do lactato sanguíneo. Rio Claro. Motriz. 2000. Cap. 7. p. 129-154.

-Guyton, A.C.; Hall, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 12ªedição. Rio de janeiro. Elsevier. 2012.

-Lind, A.R.; Petrofsky, J.S. Amplitude of the surface electromyogram during fatiguing isometric contractions. Muscle Nerve. Vol. 2. Num. 4. 1979. p. 257-264.

-Marchand, E.A.A. Melhoras na força e hipertrofia muscular, provenientes dos exercícios resistidos. Revista Digital. Buenos Aires. Ano8. Num. 57. 2003. p. 1-6.

-Moretti, T.; Moretti, M.P.; Moretti, M.; Sakae, D.Y.; Araújo, D. Estado nutricional e prevalência de dislipidemias em idosos. Arquivos Catarinenses de Medicina. Vol. 38. Num. 3. 2009. p. 12-16.

-O’Sullivan, S.B.; Schmitz, T.J. Fisioterapia: avaliação e tratamento. 4ªedição. Manole. 2004.

-Oliveira, A.; Gonçalves, M.; Cardozo, A.; Barbosa, F. Exercício rosca bíceps: influência do tempo de execução e da intensidade da carga na atividade eletromiográfica de músculos lombares. Rev. Port. Cien. Desp. Vol. 6. Num. 2. 2006. p. 170-178.

-Paula, R.H.; Vale, R.G.S.; Dantas, E.H.M. Relação entre o nível de autonomia funcional de adultos idosos com o grau de fadiga muscular aguda periférica verificado pela eletromiografia. Fitness & Performance Journal. Vol. 5. Num. 2. 2006. p. 95-100.

-Sayers, S.P.; Gibson, K.A. Comparison of high-speed power training and traditional slow-speed resistance training in older men and women. Journal of Strength and Conditioning Research. Vol. 24. Num. 12. 2010. p. 3369-3380.

-Silva, S.R.D.; Fraga, C.H.W.; Gonçalves, M. Efeito da fadiga muscular na biomecânica da corrida: uma revisão. Matriz. Vol. 13. Num. 3. 2007. p. 225-235.

-Silverthorn, D.U. Fisiologia Humana: uma abordagem integrada. 2ªedição. Manole. 2003.

-Simão, R.; Polito, M.; Miranda, H.; Camargo, A.; Hoeller, H.; Elias, M.; Maior, A.S. Análise de diferentes intervalos entre as séries em um programa de treinamento de força. Fitness & Performance Journal. Rio de Janeiro. Vol. 5. Num. 5. 2006a. p. 290-294.

-Simão, R.; Stenbach, C.; Caceres, J.M.; Viveiros, L.; Maior, A. S. Influência do intervalo entre séries e exercícios no número de repetições e percepção subjetiva de esforço no treinamento de força. Fitness & Performance Journal. Rio de Janeiro. Vol. 5. Num. 4. 2006b. p. 05-10.

-Tarkka, I.M. Power spectrum of electromyography in arm and leg muscles during isometric contractions and fatigue. J. Sports Med. Phys. Vol. 24. Num. 3. 1984. p. 189-194.

-Thomas, J.R.; Nelson, J.K.; Silverman, S.J. Métodos de Pesquisa em Atividade Física. 6ªedição. São Paulo. Artmed. 2012.

-Watanabe, Y.; Madarame, H.; Oqasawara, R.; Nakazato, K.; Ishii, N. Effect of very low-intensity resistance training with slow movement on muscle size and atrength in healthy older adults. Clinical Physiology and Functional imaging. Vol. 34. Num. 6.2014. p. 463-470.

-West, W.; Hicks, A.; Clements, L.; Dowling, J. The relationship between voluntary eletromyogram, endurance time and intensity of effort in handgrip exercise. Eur J Appl Physiol. Vol. 71. Num. 30.1995. p. 1-5.

Publicado
2019-07-15
Como Citar
Pessoa de Souza, R. M., Guimarães Lopes, J. E., Bernardo, L. D. M., Gouveia, R. G., Leite Filho, M. A., Montenegro, R. C., Silva, C. de A. N., & Borges, L. P. N. C. (2019). Análise dos estimadores de fadiga do eletromiograma durante o treinamento resistido de elevada intensidade executado sob diferentes intervalos de séries. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 13(82), 343-350. Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/1718
Seção
Artigos Científicos - Original

##plugins.generic.recommendByAuthor.heading##