Efeito da extensão do joelho na pressão arterial executado de maneira uni e bilateral
Resumo
Para uma prescrição segura dos exercícios de força, alguns parâmetros fisiológicos devem ser controlados para que a resposta da pressão arterial (PA) não se eleve em demasia. Portanto, o objetivo do estudo foi verificar as variações das pressões arteriais sistólica (PAS) e diastólica (PAD), durante e após a extensão do joelho realizada de forma uni e bilateral. Dez indivíduos (26,9 anos; 74,1; 171,5cm), voluntários, saudáveis e experientes no treinamento de força realizaram três séries de 70% de 10 repetições máximas da exten-são do joelho, em cadeira extensora, realiza-das de forma uni (UN) e bilateral (BI). A PA foi aferida pelo método auscultatório antes de iniciar a primeira série, ao final da última série e 5 minutos após o término do exercício. As aferições mostraram que a variação percentual em relação ao repouso (Δ%) da PAS foi maior da repetição bilateral (BI = 39,66%) do que na unilateral (UN = 26,81%). Quanto à PAD, a variação percentual também foi maior na bilateral (BI = 13,38%) do que na unilateral (UN = 6,29%). Cinco minutos após o exercício, os valores médios da PAS foram iguais ao repouso no exercício unilateral, sendo que no bilateral a PAS apresentou um valor maior (BI = 4,31%) em comparação ao repouso. Aparentemente, a forma de execução da extensão unilateral do joelho não repercutiria sobre as respostas cardiovasculares agudas, durante ou após o exercício. Contudo, a execução bilateral mostrou tendência a elevar os valores de PAS e PAD em relação à execu-ção unilateral, o que deve ser considerado na prescrição para pessoas que necessitem de cuidados especiais.
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