Efeito agudo dos exercícios ativos de alongamento na agilidade e força em crianças de 10 a 14 anos um estudo randomizado
Resumo
A literatura atual ainda debate sobre quais tipos de configurações de exercícios de alongamento podem promover efeitos prejudiciais sobre outras capacidades físicas. Como o futebol de salão requer uma mistura de capacidades físicas, estudamos a influência do alongamento estático em jogadores de futsal. Este manuscrito abordou os efeitos agudos dos exercícios de alongamento estático (EAE) sobre a força muscular e a agilidade de crianças de 10 a 14 anos praticantes de futsal. Este estudo é um ensaio clínico randomizado controlado. Quarenta e seis crianças, participantes de um programa de treinamento de futsal, realizaram pré e pós-testes de salto horizontal - medindo a força muscular - e o teste de corrida - medindo agilidade - separados por nenhum exercício (grupo controle, GC) ou grupo experimental (GE). Os resultados apontaram um efeito negativo no salto horizontal, mas não no teste de corrida - que mostrou uma leve melhora. Considerando o efeito do Teste Sutle Run como um efeito de familiarização, observamos os efeitos do alongamento na força muscular, mas não na agilidade. Como nossa amostra é composta por indivíduos treinados - e seguindo resultados semelhantes na literatura - discutimos esses resultados em termos de mecanismos comportamentais que evitam os efeitos prejudiciais do exercício de alongamento estático provindo do treinamento. O exercício de alongamento muscular é prejudicial a força muscular, mas não à agilidade em jovens treinados de futebol de salão. Esses resultados foram interpretados em termos de mecanismos potenciais que o treinamento proporciona aos indivíduos. Ou seja, estratégias comportamentais compensatórias para manter o desempenho.
Referências
-Adams, J.A. The second facet of forgetting: A review of warm-up decrement. Psychological Bulletin. Vol. 58. Núm. 4. 1961. p. 257-73.
-American College of Sports Medicine. ACSM’s guidelines for exercise testing and prescription. Philadelphia/Baltimore: Lippincott Williams &Wilkins. 2009. p. 23-26.
-Avloniti, A.; Chatzinikolaou, A.; Fatouros, I. G.; Avloniti, C.; Protopapa, M.; Draganidis, D.; Kambas, A. The acute effects of static stretching on speed and agility performance depend on stretch duration and conditioning level. J Strength Cond Res. Vol. 30. Núm. 10. 2016. p. 2767-73.
-Behn, D.G.; Chaouachi, A. A review of the acute effects of static and dynamic stretching on performance. Eur J Appl Physiol. Vol. 111. Núm. 11. 2011. p. 2633-51.
-Behn, D.G.; Kibele, A. Effects of differing intensities of static stretching on jump performance. Eur J Appl Physiol. Vol. 101. Núm. 5. 2007. p. 587-94.
-Chaouachi, A.; Castagna, C.; Chtara, M.; Brughelli, M.; Turki, O.; Galy, O.; Behm, D. G. Effect of warm-ups involving static or dynamic stretching on agility, sprinting, and jumping performance in trained individuals. J Strength Cond Res. Vol. 24. Núm. 8. 2010. p. 2001-11.
-Chaouachi, A.; Chamari, K.; Wong, P.; Castagna, C.; Chaouachi, M.; Moussa-Chamari, I.; Behm, D. G. Stretch and sprint training reduces stretch-induced sprint performance deficits in 13-to 15-year-old youth. Eur J Appl Physiol. Vol. 104. Núm. 3. 2008. p. 515-22.
-Chatzopoulos, D.; Galazoulas, C.; Patikas, D.; Kotzamanidis, C. Acute effects of static and dynamic stretching on balance, agility, reaction time and movement time. J of Sport Sci & Med. Vol.13. Núm. 2. 2014. p. 403-9.
-Cross, K.M.; Worrell, T.W. Effects of a static stretching program on the incidence of lower extremity musculotendinous strains. J Athl Train. Vol. 34. Núm. 1. 1999. p. 11-4.
-Dalrymple, K.J.; Davis, S.E.; Dwyer, G.B.; Moir, G.L. Effect of static and dynamic stretching on vertical jump performance in collegiate women volleyball players. J Strength Cond Res. Vol. 24. Núm. 1. 2010. p. 149-55.
-Egan, A.D.; Cramer, J.T.; Massey, L.L.; Laurie, L.M.; Marek, S.M. Acute effects of static stretching on peak torque and mean power output in National Collegiate Athletic Association Division I women's basketball players. J Strength Cond Res. Vol. 20. Núm. 4. 2006. p. 778-82.
-Guedes, D.P.; Guedes, E.R.P. Manual prático para avaliação em Educação Física. Manole. 2006. p. 484.
-Handriks, J. P.; Southard, V. N.; Abreu, J. M.; Aloisa, M.; Doyen, M. R.; Echevarria, L. M.; Douris, P. C. Static stretching does not impair performance in active middle-aged adults. J Strength Cond Res. Vol. 24. Núm. 3. 2010. p. 825-30.
-Hartig, D.E.; Henderson, J.M. 1999. Increasing hamstring flexibility decreases lower extremity overuse injuries in military basic trainees. Am J Sports Med. Vol. 27. p. 173-6. 1999.
-Hough, P.A.; Ross, E.Z.; Howatson, G. Effects of dynamic and static stretching on vertical jump performance and electromyographic activity. J Strength Cond Res. Vol. 23. Núm. 2. 2009. p. 507-12.
-Jonhson, B.L.; Nelson, J.K. Practical measurements for evaluation in physical education. Minnesota. Burgess. 1979. p. 486.
-Kay, A.D.; Blazevich, A.J. Effect of acute static stretch on maximal muscle performance: A systematic review. Med Sci Sport Exerc. Vol. 44. Núm. 1. 2012. p. 154-64.
-Kubo, K.; Kanehisa, H.; Ito, M.; Fukunaga, T. Effects of isometric training on the elasticity of human tendon structures in vivo. J Appl Physiol. Vol. 91. Núm. 1. 2001. p. 91.26-32.
-Latash, M.L.; Scholz, J.P.; Schöner, G. Motor control strategies revealed in the structure of motor variability. Exerc Sport Sci Rev. Vol. 30. Núm. 1. 2002. p. 30.26-31.
-Leite, L.R. Relação entre agilidade e velocidade em praticantes de futsal. ACTA Bra do Mov Hum. Vol. 2. Núm. 4. 2012. p. 16-25.
-Magnusson, S.P.; Simonsen, E.B.; Dyhre-Poulsen, P.; Aagaard, A.; Mohr, T.; Kjaer, M. Viscoelastic stress relaxation during static stretch in human skeletal muscle in the absence of EMG activity. Scand J Med Sci Sports. Vol. 6. Núm. 6. 1996. p. 323-8.
-Marfell-Jones, M.J.; Stewart, A.D; Ridder, J.H. International standards for anthropometric assessment. South Africa: Potchefstroom. 2012. p. 133.
-Mohammadtaghi, A.K.; Sahebozamani, M.; Tabrizi, K.G.; Yusof, A.B. Acute effects of different stretching methods on Illinois agility test in soccer players. J Strength Cond Res. Vol. 24. Núm. 10. 2010. p. 148-56.
-McMillian, D.J.; Moore, J.H.; Hatler, B.S.; Taylor, D.C. Dynamic vs. static-stretching warm up: the effect on power and agility performance. J Strength Cond Res. Vol. 20. Núm. 3. 2006. p.492-9.
-Qu, X. Uncontrolled manifold analysis of gait variability: effects of load carriage and fatigue. Gait Posture. Vol. 36. Núm. 02. 2012. p. 325-9.
-Rubini, E.C.; Costa, A.L.; Gomes, P.S. The effects of stretching on strength performance. Sports Med. Vol. 37. Núm. 3. 2007. p. 213-24.
-Silva Filho, J.N.; Godoi, M.I.M.; Godoi Filho, J.R.M. Asociaciones entre el índice de masa corporal y la agilidad en niños y adolescentes. Rev Cub Med. Vol. 46. Núm. 4. 2017. p. 361-71.
-Sheppard, J.M.; Young, W.B. Agility literature review: Classifications, training and testing. J Sports Sci. Vol. 24. Núm. 9. 2006. p. 919-32.
-Slaughter, M. H.; Lohman, T. G.; Boileau, R.; Horswill, C. A.; Stillman, R. J.; Van Loan, M. D.; Bemben, D. A. Skinfold equations for estimation of body fatness in children and youth. Hum Biol. 1988. p. 709-23.
-Ulrich, D.A. Test of gross motor development. Austin: Pro-Ed. 2000.
-Unick, J.; Kieffer, H.S.; Cheesman, W.; Feeney, A. The acute effects of static and ballistic stretching on vertical jump performance in trained women. J Strength Cond Res. Vol.19. Núm. 2005. p. 206-12.
-Van Gelder, L.H.; Bartz, S.D. The effect of acute stretching on agility performance. J Strength Cond Res. Vol. 25. Núm. 11. 2011. p. 3014-21.
-Yamaguchi, T.; Ishii, K.; Yamanaka, M.; Yasuda, K. Acute static stretching reduces power output during isotonic muscle action. Jpn J Phys Fitness. Vol. 55. 2006a. p. 109-12.
-Yamaguchi, T.; Ishii, K.; Yamanaka, M.; Yasuda, K. Acute effect of static stretching on power output during concentric dynamic constant external resistance leg extension. J Strength Cond Res. Vol. 20. Núm. 4. 2006b. p. 804-10.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).