O esforço percebido reflete a intensidade de exercício físico planejada para pessoas com alto risco cardiovascular?
Resumo
O objetivo desse estudo foi comparar a percepção subjetiva de esforço (PSE) planejada por treinadores com a PSE percebida por indivíduos com alto risco cardiovascular usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e verificar a associação e concordância entre os momentos de registro da PSE. Trata-se de estudo descritivo onde foram selecionados para participar indivíduos de ambos os sexos e idade superior a 45 anos (n=10). Os participantes foram submetidos a teste incremental e executaram nove sessões de caminhada contínua na esteira durante 30 minutos, nas intensidades de 40%, 50% ou 60% do VO2pico. Houve diferença significativa entre os valores de PSE previsto na intensidade de 40% (PSE prevista=2; PSE percebida=2,5±0,9 (p<0,001)), não se identificando diferenças entre a PSE planejada para intensidades de 50% e 60% do VO2pico (3 e 4 respectivamente) com a PSE percebida 3,3±1,2 e 4,0±1,3 (p=0,08 e p=0,64 respectivamente). Também não houve diferença entre o momento da coleta da PSE se logo ao final do exercício ou 30 minutos após, nas três intensidades (p=0,16 para ambas). Verificou-se correlaçães significativas e concordância de igual magnitude nos dois momentos de coleta da PSE (r=0,98; r=0,95; r=0,96; para 40%, 50% e 60% do VO2pico respectivamente, p<0,001). Desse modo, é possível inferir que para o modelo de exercício proposto e em intensidades moderadas, a PSE mostrou ser um método adequado para o controle da intensidade de treinamento na amostra estudada, assim como não houve diferença no momento da coleta da PSE, com alto grau associação linear e concordância.
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