Aptidão aeróbia e anaeróbia de bombeiros militares e relações com a atividade de combate a incêndios simulada

  • Ronaldo Lessa Profissional de Educação Fí­sica, Universidade do Estado de Santa Catarina-UDESC, Florianópolis-SC, Brasil.
  • Natália Cauduro da Silva Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, Universidade do Estado de Santa Catarina-UDESC, Florianópolis-SC, Brasil.
  • Thainá Korpalski Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, Universidade do Estado de Santa Catarina-UDESC, Florianópolis-SC, Brasil.
  • Clara Knierim Correia Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, Universidade do Estado de Santa Catarina-UDESC, Florianópolis-SC, Brasil.
  • Lorival José Carminatti Professor da Universidade do Estado de Santa Catarina-UDESC, Florianópolis-SC, Brasil.
  • Fernando Roberto de Oliveira Professor da Universidade Federal de Lavras-UFLA, Lavras-MG, Brasil.
  • Joris Pazin Professor da Universidade do Estado de Santa Catarina-UDESC, Florianópolis-SC, Brasil.
Palavras-chave: Aptidão Física, Militares, Lactato, Frequência Cardíaca

Resumo

Este estudo teve por objetivo verificar os ní­veis de aptidão aeróbia e anaeróbia de bombeiros militares e relacioná-los com variáveis obtidas em atividade especí­fica de combate a incêndio simulada. Dez Bombeiros Militares (idade 34,2 ± 5,8 anos; estatura 175,9 ± 6,9 cm; massa corporal 78,7 ± 6,8 Kg; gordura corporal 13,2 ± 3,3%) compuseram a amostra e passaram por três etapas avaliativas com intervalo mí­nimo de 24h: 1º) Avaliação antropométrica e  teste de Lénger (TLéger) para estimar VO2 max, determinar do pico de velocidade (PV) e frequência cardí­aca máxima (FCmax). 2º) Avaliação da aptidão anaeróbia por meio do teste de 300 metros (T300). Ao final do T300 foi coletada FCmax e após três minutos a concentração de lactato sanguí­neo [Lac]. 3º) Teste especí­fico simulando combate a incêndio (Tsim), onde foram obtidos valores de FCmax e após três minutos a [Lac]. Pode-se identificar uma correlação forte e significativa (r = 0,81) nas respostas de [Lac] obtidas nos testes T300 e Tsim. Com relação às variáveis de aptidão aeróbia e do teste especí­fico, foram identificadas correlações fortes e negativas (r = -0,73; -0,72) entre as variáveis de VO2 max e PV com a [Lac], respectivamente. Com base nos valores de 175 ± 11 bpm de FCmax e 13,6 ± 2,6 mMol.L-1 de [Lac] verificados no final do Tsim, pode-se concluir que essa atividade especí­fica de combate a incêndio possui  alto grau de exigência fisiológica, o que sugere a necessidade da inclusão de programas de treinamento especí­ficos nas rotinas de preparação fí­sica dos Bombeiros Militares.

Referências

Carli, A.G.; Oliveira, R.S.; Efeito do uso dos equipamentos de proteção individual e respiratória sobre o VO2 Máx dos integrantes do 16º Grupamento de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício. São Paulo. Vol.6. Num.35. 2012. p. 501-505.

Findley, B.W.; Brown, L.E.; Whitehurst. Anaerobic Power Performance of Incumbent Female Firefighters. Journal of Strength and Conditioning Research. Vol.16. Num.3. 2002. p. 474-476.

Firefighter Combat Challenge Portugal 2015, Campeonato da Liga dos Bombeiros Portugueses: História. Portugal. 2015. Disponível em: http://ffcciberia.com/historia.htm Acesso em: 04/10/2019.

Gallotti, F.M.; Carminatti, L.J. Variáveis identificadas em testes progressivos intermitentes. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício. São Paulo. Vol.2. Num.7. 2008. p.01-17.

Gerstner, G. R.; Giuliani, H. K.; Mota, J. A.; Ryan, E. D. Influence of Muscle Quality on the Differences in Strengthfrom Slow to Fast Velocities in Career Firefighters. Journal of Strength and Conditioning Research. Vol. 32. Num. 10. 2018. p.2982-2986.

Gledhill, N.; Jamnik, V.K.; Characterizations of the physical demands of firefighting. Canadian Journal of Sports Science. Vol.13. Num. 3. 1992. p. 207-13.

Hauschild, V.D.; DeGroot, D.W.; Hall, S.M. Fitness tests and occupational tasks of military interest: a systematic review of correlations. Occupational and Environmental Medicine. Vol.74. Num. 02. 2016. p. 144-153.

Henderson, N.D.; Berry, M.W.; and Matic, T. Field measures of strength and fitness predict firefighter performance on physically demanding tasks. Personnel Psychology.Vol.60. Num. 02. 2007. p. 431-473.

Hilyer, C.G.; Weaver, M.T.; Gibbs, J.N. In Station Physical Training for Firefighters. Strenght and Conditioning Journal. Vol.21. Num .1. 1999. p. 60-64.

Horn, G.P.; Stewarta, J.W.; Keslera, R.M.; DeBloisb, J.P.; Kerberc, S.; Fentd, K.; Scotte, W.S.; Fernhallf, B.; Smitha, D.L. Firefighter and fire instructor’s physiological responses and safety in various trainingfire environments. Safety Science. Vol.116. 2019. p. 287-294

Léger, L.A.; Lambert, J. A maximal multistage 20-m shuttle run test to predict VO2 max. European Journal of Applied Physiology. Vol.49. Num.1. 1998. p.1-12.

Lohman, T.G.; Skinfolds and body density and their relation of body fatness: A review. Human Biology. Vol. 53. Num. 2. 1981. p. 191-225.

Misner, J.E.; Boileau, R.A.; Plowman, S.A.; Joyce, B. Elmore, Hurovitz, S.; Elmore, B.G.; Gates, M.A.; Gilbert, J.A.; Horswill, C.A. Physical fitness of a select group of female firefighter applicants. Journal Apllied Sport Science Research. Vol.3. Num.3. 1989. p. 62-67.

Moore, A.; Murphy, A. Development of an anaerobic capacity test for field sport athletes. Journal of Science and Medicine in Sport. Vol 6. Num.3. 2003. p.275-284.

Nazari, G.; MacDermid, J.C.; Sinden, K.E.; Overend, J.T. Comparison of Canadian firefighters and healthy controls based on submaximal fitnesstesting and strength considering age and gender. International Journal of Occupational Safety and Ergonomics. Vol. 25. Num.1. 2019. p.1-7.

Ryan, E. D.; Thompson, B. J.; Sobolewski, E. J. Influence of Manual Labor at Work on Muscular Fitness and Its Relationship with Work Performance. Journal of Occupational and Environmental Medicine. Vol.58. Num.10. 2016. p.1034-1039.

Silva, A.P.; Santos, S.; Rocha, E.D.M.; Carvalho, P. Desidratação de Bombeiros Militares após treinamento de combate a incêndio. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 12. Num. 72. 2018. p. 537-541.

Siddall, A.G.; Stevenson, R.D.; Turner, P.F.; Stokes, K.A.; Bilzon, J.L1.; Development of role-related minimum cardiorespiratory fitness standards for firefighters and commanders. Ergonomics. Vol.59. Num.10. 2016. p.1335-1343.

Sothmann, M.S.; Saupe, K.; Jasenof, D. Heart rate response of firefighters to actual emergencies: implications for cardiorespiratory fitness. Journal of Occupational and Environmental Medicine. Vol.34. Num.8. 1992. p. 797-800.

Stevenson, R. D. M.; Siddall, A.G.; Turner, P. F. J.; Bilzon, J. L. J.Physical Employment Standards for UK Firefighters. Journal of Occupational and Environmental Medicine. Vol.1 Num. 59. 2017. p. 74-79.

Zagatto, A.M.; Silva, W.; Moraes, W.M. O uso da máscara contra gases na determinação dos testes de Velocidade Crítica, 12 minutos, Wingate e RAST. Revista de Educação Física. Vol. 139. 2007. p. 04-12.

Publicado
2021-02-23
Como Citar
Lessa, R., Silva, N. C. da, Korpalski, T., Correia, C. K., Carminatti, L. J., Oliveira, F. R. de, & Pazin, J. (2021). Aptidão aeróbia e anaeróbia de bombeiros militares e relações com a atividade de combate a incêndios simulada. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 14(89), 73-81. Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/1979
Seção
Artigos Científicos - Original