Treinamento de força versus treinamento de endurance. Existe compatibilidade?

  • Bernardo Neme Ide Instituto de Biologia Laboratório de Bioquí­mica do Exercí­cio - Labex - Universidade Estadual de Campinas - Campinas, São Paulo
  • Paloma Sampaio de Carvalho Programa de Pós-Graduação Lato Sensu em Personal Training - Faculdades Metropolitanas Unidas - UniFMU - São Paulo, São Paulo
  • Charles Ricardo Lopes Instituto de Biologia. Laboratório de Bioquí­mica do Exercí­cio - Labex - Universidade Estadual de Campinas - Campinas, São Paulo
  • Mário Ferreira Sarraipa Instituto de Biologia. Laboratório de Bioquí­mica do Exercí­cio - Labex - Universidade Estadual de Campinas - Campinas, São Paulo
  • Clodoaldo José Dechechi Instituto de Biologia. Laboratório de Bioquí­mica do Exercí­cio - Labex - Universidade Estadual de Campinas - Campinas, São Paulo. Faculdades Estácio de Sá - FAESO - Ourinhos, São Paulo
  • Fernanda Lorenzi Lazarim Instituto de Biologia. Laboratório de Bioquí­mica do Exercí­cio - Labex - Universidade Estadual de Campinas - Campinas, São Paulo
  • René Brenzikofer Laboratório de Instrumentação para Biomecânica (LIB), Faculdade de Educação Fí­sica, Unicamp, Campinas, Brasil
  • Denise Vaz de Macedo Instituto de Biologia. Laboratório de Bioquí­mica do Exercí­cio - Labex - Universidade Estadual de Campinas - Campinas, São Paulo
Palavras-chave: Treinamento concorrente, Síntese protéica, mTOR, AMPK

Resumo

O fenômeno do treinamento concorrente foi descrito pela primeira vez em 1980 por Robert C. Hickson. Ao nível molecular parece haver uma explanação para a interferência no desenvolvimento da força, pois diferentes formas de exercício induzem mecanismos intracelulares de sinalização antagonistas, que sendo assim podem causar um impacto negativo na resposta adaptativa muscular. Precisamente, recentes estudos têm mostrado atividades antagonistas entre as sinalizações anabólicas induzidas pela via PI3k/mTOR/PKB/S6kl/4E-BPI e a modulação energética sinalizada pela AMPK. Entretanto a manipulação das variáveis agudas do treinamento de força e endurance (ex: volume, intensidade, velocidade de contração e ações musculares) resultam emadaptações distintas, diferentes magnitudes de ativação das vias da mTOR e AMPK, e também da hipertrofia muscular. O objetivo dessa revisão é descrever o fenômeno do treinamento concorrente, examinar os potenciais mecanismos que possam explicar a inibiçãono desenvolvimento da força, e sugerir novos estudos analisando os resultados frente a distintos volumes e intensidades do treinamento de força e endurance.

Referências

-Bodine, S.C.; e colaboradores. Akt/mTOR pathway is a crucial regulator of skeletal muscle hypertrophy and can prevent muscle atrophy in vivo. Nature Cell Biology. Num. 3. 2001. p. 1014-1019.

-Campos, G.E.; e colaboradores. Muscular adaptations in response to three different resistance-training regimens: specificity of repetition maximum training zones.Eur J Appl Physiol. Vol. 88. Num. (1-2). 2002. p. 50-60.

-Deldicque, L.; e colaboradores. Decrease in Akt/PKB signalling in human skeletalmuscle by resistance exercise. Eur J Appl Physiol. 2008.

-Deldicque, L.; e colaboradores. Regulation of mTOR by amino acids and resistance exercise in skeletal muscle.Eur J Appl Physiol. Vol. 94. Num. (1-2). 2005. p. 1-10.

-Fluck, M. Functional, structural and molecular plasticity of mammalian skeletal muscle in response to exercise stimuli.J Exp Biol. Num. 209 (Pt 12). 2006. p. 2239-2248.

-Fluck, M.; Dapp, C.; e colaboradores. Transcriptional profiling of tissue plasticity: role of shifts in gene expression and technical limitations.J Appl Physiol. Vol. 99. Num. 2. 2005. p. 397-413.

-Glass, D.J. Molecular mechanisms modulating muscle mass. Trends Mol Med. Vol. 9. Num. 8. 2003. p. 344-350.

-Goldspink, G. Mechanical signals, IGF-I gene splicing, and muscle adaptation. Physiology (Bethesda). Num. 20. 2005. p. 232-238.

-Goldspink, G.; Yang, S.Y. The splicing of the IGF-I gene to yield different muscle growth factors.Adv Genet. Num. 52. 2004. p. 23-49.

-Hawke, T.J. Muscle stem cells and exercise training. Exerc Sport Sci Rev. Vol. 33. Num. 2. 2005. p. 63-68.

-Hawley, J.A. Adaptations of skeletal muscle to prolonged, intense endurance training. Clin Exp Pharmacol Physiol. Vol. 29. Num. 3. 2002. p. 218-222.

-Henneman, E., G. Somjen, e colaboradores. Excitability and inhibitability of motoneurons of different sizes.J Neurophysiol. Vol. 28. Num. 3. 1965. p. 599-620.

-Hickson, R.C. Interference of strength development by simultaneously training for strength and endurance.European Journal of Applied Physiology. Vol. 45. Num. 2. 1980. p. 255-263.

-Hill, M.;e colaboradores. Muscle satellite (stem) cell activation during local tissue injury and repair.J Anat. Vol. 203. Num. 1. 2003. p. 89-99.

-Hornberger, T.A.; Chu, W.K.; e colaboradores. The role of phospholipase D and phosphatidic acid in the mechanical activation of mTOR signaling in skeletal muscle. Proceedings of the National Academy of Sciences. Vol. 103. Num. 12. 2006. p. 4741-4746.

-Hornberger, T.A.; Sukhija, K.B.; e colaboradores. Regulation of mTOR by mechanically induced signaling events in skeletal muscle.Cell Cycle. Vol. 5. Num. 13. 2006. p. 1391-1396.

-Hornberger, T.A.; Sukhija, K.B.; e colaboradores. mTOR is the rapamycin-sensitive kinase that confers mechanically-induced phosphorylation of the hydrophobic motif site Thr(389) in p70(S6k). FEBS Lett. Vol. 581. Num. 24. 2007. p. 4562-4566.

-Kadi, F.;Charifi, N.; e colaboradores. The behaviour of satellite cells in response to exercise: what havewe learned from human studies? Pflugers Arch. Vol. 451. Num. 2. 2005. p. 319-327.

-Kraemer, W.J.; Adams, K.; e colaboradores. American College of Sports Medicine position stand. Progression models in resistance training for healthy adults. Med Sci Sports Exerc. Vol. 34. Num. 2. 2002. p. 364-380.

-Kraemer, W.J.; Ratamess, N.A. Fundamentals of resistance training: progression and exercise prescription.Med Sci Sports Exerc. Vol. 36. Num. 4. 2004. p. 674-688.

-Kraemer, W.J.; Ratamess, N.A. Hormonal responses and adaptations to resistance exercise and training. Sports Med. Vol. 35. Num. 4. 2005. p. 339-361.

-Leveritt, M.; Abernethy, P.J.; e colaboradores. Concurrent strength and endurance training. A review.Sports Med. Vol. 28. Num. 6. 1999. p. 413-427.

-Lourenço, T.F.; Tessutti, L.S.; e colaboradores. Interpretação metabólica dos parâmetros ventilatórios obtidos durante um teste de esforço máximo esua aplicabilidade no esporte. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano. Vol. 9. Num. 3. 2007. p. 303-310.

Nader, G.A. Concurrent Strength and Endurance Training: From Molecules to Man. Med. Sci. Sports Exerc. Vol. 38. Num.11. 2006. p. 1965-1970.

-Rennie, M.J.; Wackerhage, H.; e colaboradores. Control of the Size of the Human Muscle Mass. Annual Review of Physiology. Vol. 66. Num. 1. 2004. p. 799-828.

-Rommel, C.; Bodine, S.C.; e colaboradores. Mediation of IGF-1-induced skeletal myotube hypertrophy by PI(3)K/Akt/mTOR and PI(3)K/Akt/GSK3 pathways.Nat Cell Biol. Vol. 3. Num. 11. 2001. p. 1009-1013.

-Spriet, L.L.; Gibala, M.J. Nutritional strategiesto influence adaptations to training.J Sports Sci. Vol. 22. Num. 1. 2004. p. 127-141.

-Tidball, J.G. Mechanical signal transduction in skeletal muscle growth and adaptation.J Appl Physiol.Vol. 98. Num. 5. 2005. p. 1900-1908.

-Zammit, P.S.; Golding, J.P.; e colaboradores. Muscle satellite cells adopt divergent fates: a mechanism for self-renewal?J Cell Biol. Vol. 166. Num. 3. 2004. p. 347-357.

Publicado
2012-01-01
Como Citar
Ide, B. N., Carvalho, P. S. de, Lopes, C. R., Sarraipa, M. F., Dechechi, C. J., Lazarim, F. L., Brenzikofer, R., & Macedo, D. V. de. (2012). Treinamento de força versus treinamento de endurance. Existe compatibilidade?. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 4(21). Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/248
Seção
Artigos Científicos - Original

##plugins.generic.recommendByAuthor.heading##