Um novo método indireto para determinar velocidade crítica aplicável em nadadores de academia
Resumo
O objetivo deste estudo foi verificar se a velocidade crítica (VC) pode substituir a medida da velocidade do Limiar Anaeróbico (LAn) em nadadores de academia que são fisicamente ativos e moderadamente treinados. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, do tipo experimental. Participaram do estudo 13 voluntários adultos jovens do sexo feminino e masculino com idade de 18 a 30 anos, praticantes do treinamento de natação por pelo menos um ano e com frequência semanal entre três a cinco vezes. Para coleta de dados foram realizados testes de VC de 3, 5 e 7 min com intervalos de 24 horas entre os testes (e replicados uma semana após [re-teste]). Após estas coletas, foram realizados testes de velocidade progressiva com coletas de sangue para estimar a velocidade do LAn. As distâncias percorridas no primeiro e segundo teste em 3 min (215,4 ±39,9 m e 214,4 ±41,3 m), em 5 min (330,8 ±63,7 m e 333,4 ±65,6 m) e em 7 min (434,1 ±84,3 m e 443,6 ±87,2 m) não apresentaram diferenças significativas. A distância média no primeiro (326,9±61,8 m) e segundo teste (330,4±64,0 m), assim como a VC no primeiro (0,91 ±0,20 m/seg) e segundo teste (0,95 ±0,20 m/seg) também não se mostraram diferentes estatisticamente, indicando boa reprodutibilidade do teste de VC. A VC no teste (0,91 ±0,20 m·s-1) apresentou diferenças significativas em comparação com a velocidade no LAn (1,00 ±0,19 m·s-1; p=0,009), mas a VC no re-teste não diferiu da velocidade no LAn (0,95 ±0,20), houve diferença de apenas 5% entre as velocidades. Concluímos, diante a semelhança entre os resultados do primeiro e do segundo teste, que o teste da VC é reprodutível e pode ser utilizado em nadadores de academia. Há concordância adequada e validade da VC para substituir o LAn em nadadores adultos recreativos assíduos quando estão familiarizados com o teste de VC (a partir da segunda aplicação).
Referências
-Barbosa, A.C.; Oliveira Junior, A. Efeito do treinamento de força no desempenho da natação. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. Vol. 20. Núm. 2. p. 141-150. 2006.
-CONFEF. Conselho Federal de Educação Física. Levantamento de academias no Brasil. 2015. Acesso em: 9/11/2018. Disponível em: https://www.confef.org.br/confef/comunicacao/boletim/
-Franken, M.; Zacca, R.; Castro, F.A.S. Velocidade crítica em natação: fundamentos e aplicação. Motriz. Vol. 17. Num. 1. p. 209-222. 2011.
-Greco, C.C.; Denadai, B.S.; Pellegrinotti, I.L.; Freitas, B. Limiar anaeróbio e velocidade crítica determinada com diferentes distâncias em nadadores de 10 a 15 anos: relações com a performance e a resposta do lactato sanguíneo em testes de endurance. Rev Bras Med Esporte. Vol. 9. Num.1. p.2-8. 2003.
-Porto, R.M.; Reis, D.F.; Pierucci, A.; Junior, J.R.G. Capacidade aeróbica, anaeróbica e parâmetros biomecânicos de nadadores de academia. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício. São Paulo. Vol.12. Num.74. p.325-332. 2018.
-Powers, S.K.; Howley, E.T. Fisiologia do exercício. São Paulo. 8ª edição. Manole. 2014.
-Ribeiro, L.F.P.R.; Lima, M.C.S.; Gobatto, C.A. Changes in physiological and stroking parameters during interval swins at the slope of the d-t relationship. Journal of Science and Medicine in Sport. Vol. 13. Núm. 1. p. 141-145. 2010.
-Santos, A.L.P.; Simões, A.C. Educação Física e qualidade de vida: reflexões e perspectivas. Saúde e Sociedade São Paulo. Vol. 21. Num. 1. p.181-192. 2012.
Copyright (c) 2023 Renan Marcondes Porto, Alessandro Pierucci, Pedro Pugliesi Abdalla, Anderson dos Santos Carvalho, Jair Rodrigues Garcia Júnior
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).