Efeitos da desidratação no desempenho cognitivo dos goleiros de futebol durante uma sessão específica de treinamento

  • Jeremias Freitas Pereira Pós-graduando em Fisiologia do Exercício, Biomecânica e Personal Trainer na Faculdade Laboro São Luís-MA, Brasil.
  • Rafael Viegas Martins Discente do curso de Educação Física pelo Centro Universitário Estácio São Luís-MA, Brasil.
  • Natalia Maria Rodrigues Barros Discente do curso de Fisioterapia pelo Centro Universitário Estácio São Luís-MA, Brasil.
  • Elane Almeida Silva Discente do curso de Fisioterapia pelo Centro Universitário Estácio São Luís-MA, Brasil.
  • Mary Luiza Reis Silva Discente do curso de Nutrição pelo Centro Universitário Estácio São Luís-MA, Brasil.
  • Daniel Aguiar da Silva Discente do curso de Educação Física pelo Centro Universitário Estácio São Luís-MA, Brasil.
  • Isabela Weba Couto Rocha Discente do curso de Nutrição pelo Centro Universitário Estácio São Luís-MA, Brasil.
  • Marcos Roberto Campos de Macêdo Docente do curso de Nutrição da Faculdade Santa Terezina-CEST, São Luís-MA, Brasil.
  • Raphael Furtado Marques Doutorando do programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Rede Nordeste em Biotecnologia, Universidade Federal do Maranhão-UFMA, Brasil; Docente do Centro Universitário Estácio São Luís-MA, Brasil.
Palavras-chave: Desidratação, Futebol, Testes neuropsicológicos, Tempo de reação

Resumo

Objetivo: Avaliar a influência do estado de hidratação sobre o desempenho cognitivo de goleiros profissionais de futebol após uma sessão de treinamento específico. Materiais e Métodos: 8 goleiros foram solicitados a realizar o treinamento específico já habituados a fazer sem que mudassem os hábitos de hidratação. Logo após, foram submetidos a 2 execuções do teste de reação de escolha (TRE). Foram posicionados dentro das balizas de frente para o Ipad que através de estímulos visual indicava para onde iriam movimentar, e ações defensivas deveriam executar. Os atletas tinham água disponível, sem aplicar algum tipo de protocolo de hidratação. A frequência cardíaca e taxa de percepção de esforço também foram avaliadas. Resultados: Os goleiros iniciaram e finalizaram a sessão em uma classificação de desidratação significativa, não apresentando diferença antes e depois (p>0,05). A desidratação não influenciou no tempo de reação dos goleiros. Do ponto de vista da intensidade, a maior parte do tempo de treino os goleiros permaneceram em uma zona de trabalho intenso e muito intenso pela frequência cardíaca de reserva (FCR). Obteve-se uma correlação moderada (r=0,72) entre o tempo de permanência nas zonas intensas de treinamento com um maior tempo de reação e nº de erros, sendo os goleiros que mais permaneceram em zonas intensas tiveram maiores TR médios e nº de erros (p=0,0424). Conclusão: O nível de desidratação parece não influenciar no TR após um treinamento específico. Porém, o tempo de permanência em zonas de treino mais intensas e uma maior PSE parecem influenciar negativamente no TRE.

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Publicado
2023-12-28
Como Citar
Pereira, J. F., Martins, R. V., Barros, N. M. R., Silva, E. A., Silva, M. L. R., Silva, D. A. da, Rocha, I. W. C., Macêdo, M. R. C. de, & Marques, R. F. (2023). Efeitos da desidratação no desempenho cognitivo dos goleiros de futebol durante uma sessão específica de treinamento. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 17(112), 501-510. Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/2820
Seção
Artigos Científicos - Original