Análise da creatina quinase versus percepção subjetiva de esforço para monitoramento do tempo de recuperação em idosos fisicamente ativos

  • Cláudio Lauria Lauria Christovam Programa de Pós-Graduação em Musculação e condicionamento Físico da FMU
  • Márcia Baptista Veiga Programa de Pós-Graduação em Musculação e condicionamento Fí­sico da FMU
  • Francisco Navarro Programa de Pós-Graduação em Musculação e condicionamento Fí­sico da FMU
Palavras-chave: Envelhecimento, Creatina Quinase, Exercícios com pesos

Resumo

O objetivo do estudo foi analisar os efeitos da creatina quinase versus escala de percepção de esforço, para determinar o tempo de recu-peração de um programa proposto para idosos. Amostra foi composta por 07 mulheres, faixa etária de 58,5±11,7 (anos). Os exercícios foram constituídos por 4 séries de 12-6 repetições 60 a 90% (1RM) para os exercícios: press reto, press ombro, leg press 45º, cadeira extensora. As amostras sangüíneas foram coletadas, antes, após, 24, 48, 72, e 96h. Os resultados demonstram que, o pico de dor relatado na escala, não é coerente como o pico de dor apresentado pela creatina quinase. No período de 24 versus 48 horas, houve uma resposta similar entre os gráficos 1-A, (724,4±281,8 / 703,0±113,6, queda de 3%), 1-C (12,43 / 12,00 queda de 3%). Entretanto, no pós-exercício versus 24 horas, observamos que o gráfico 2-A, relata (218,3±39,0 / 724,4±281,8, alta de 232%), 2-C (15,86 / 12,43 queda de 22%). Comparando ás 48 versus 72 horas, o grupo continuou exibindo queda, onde o gráfico 1-C exibiu valores similares em relação ao gráfico 1-A. Tanto em 24 versus 48 horas, com em 48 versus 72 horas. Contudo, no pós-exercício versus 48 horas, os gráficos exibiram uma recuperação semelhante com período citado anteriormente. Assim sendo, após 72 horas observa-se um aumento, porem não significativo do gráfico 1-A, em relação ao gráfico 1-C, que mostrou uma recuperação do grupo experimental em 96 horas na escala testada. Concluímos que, houve uma tendência à recuperação do grupo tanto na analise da creatina quinase como na escala, testada. Podendo assumir que a escala de esforço pode ser efetiva para monitorar o tempo de recuperação em idosos ativos.

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Publicado
2011-12-09
Como Citar
Lauria Christovam, C. L., Veiga, M. B., & Navarro, F. (2011). Análise da creatina quinase versus percepção subjetiva de esforço para monitoramento do tempo de recuperação em idosos fisicamente ativos. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 1(3). Recuperado de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/30
Seção
Artigos Científicos - Original