Efeito do treinamento resistido com oclusão vascular em idosas
Resumo
Atualmente com o envelhecimento ocorrem alguns declínios fisiológicos, sendo o mais preocupante a perda da força muscular. O objetivo do estudo foi verificar os efeitos do treinamento resistido de baixa intensidade e oclusão vascular (20% 1RM) nas alterações de hipertrofia e força muscular de idosas. Foi empregado oito semanas de treinamento resistido, 2 sessões por semana, com intensidade de (20% de 1RM) com oclusão vascular no grupo BIOV, (20% DE 1RM) sem oclusão vascular no grupo BISO, e o terceiro grupo GCO, permaneceu como grupo controle. Os grupos BIOV e BISO fizeram os exercícios na cadeira extensora e cadeira flexora e executaram 3 séries de 15 repetições para cada exercício. A AST foi calculada por medidas antropométricas, e aumentou 14,1%, 5,6% para os grupos BIOV e BISO, respectivamente, com diminuição de 0,01% para o GCO. A força muscular aumentou na extensora 13,5% e 5,3% e na flexora 14,6% e 6,9%, para os grupos BIOV e BISO, respectivamente. O GCO diminuiu a força em 0,9% na extensora e 6,9% na flexora. Resultados semelhantes na literatura são atribuídos ao aumento de recrutamento de fibras musculares do tipo II, secreção de GH, e diminuição da expressão da MSTN. Concluímos que o grupo que treinou com baixa intensidade e oclusão vascular (BIOV) obteve ganhos de força e hipertrofia muscular, superiores ao BISO e GCO, demonstrando a contribuição da oclusão vascular à baixa intensidade no treinamento resistido. Idosos que não conseguem treinar com cargas elevadas poderiam se beneficiar com esse tipo de treinamento sem prejuízos articulares. Sugerem-se novos estudos que comparem esses resultados com a utilização da alta intensidade, elucidando as respostas em diferentes intensidades.
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