Níveis de estresse oxidativo e alterações celulares em tenistas juvenis durante um período competitivo
Resumo
O exercício físico induz aumento no consumo de oxigênio, bem como na demanda energética. O aumento no consumo de oxigênio conduz elevação na produção de espécies reativas de oxigênio (EROs). Dependendo da sua concentração, as EROs reagem com estruturas celulares, tais como membranas, componentes mitocondriais e elementos do DNA, podendo levar até amorte do DNA (apoptose). O aumento do desempenho atlético pode ter relação direta com a capacidade antioxidante, atenuando o potencial oxidativo celular. O objetivo deste trabalho foi investigar o comportamento dos níveis plasmáticos de alterações celulares, por meio de análises de peroxidação lipídica (TBARS) e do extravasamento de creatina quinase (CK), bem como da modulação antioxidante da enzima catalase (CAT) e dos grupamentos sulfidrila totais (GST), no eritrócito, de tenistas masculinos juvenis em período competitivo. Três momentos foram analisados: Análise 1 (TBARS: 3,27±0,91 nmol/mL; CK: 235±37 U/L; CAT: 0,53±0,08 k/gHb/min; GST: 555±49 µM); Análise 2 (TBARS:5,3±1,15 nmol/mL; CK: 476±34 U/L; CAT: 0,56±0,09 k/gHb/min; GST: 560±56 µM); Análise 3 (TBARS: 4,6±0,54 nmol/mL; CK: 340±17 U/L; CAT: 0,5±0,07 k/gHb/min; GST: 547±38 µM). Os valores antioxidantes permaneceram elevados em relação a sujeitos saudáveis não atletas, demonstrando adaptação ao treinamento; contudo, houve aumentos significativos de TBARS e CK para as análises 2 e 3 em relação à análise 1 e alto índice de correlação (c=0.952). Concluindo, podemos sugerir que a utilização de dosagens mais simplificadas, como a de CK plasmática, pode indicar a extensão dos níveis de estresse oxidativo instalados na célula muscular, bem como delimitar índices de segurança que permitam estabelecer a modulação das cargas de treinamento do atleta.
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