Comparação de marcadores plasmáticos de dano muscular após a realização de exercício de força com e sem oclusão vascular em homens fisicamente ativos e saudáveis
Resumo
O objetivo principal do treinamento resistido com pesos é promover a quebra da homeostase do organismo. Desde que dentro dos limites fisiológicos, o organismo gera o fenômeno da supercompensação, alcançando um novo nível de aptidão física. Diversas técnicas são usadas para alcançar o condicionamento físico, e a oclusão vascular (kaatsu training) surge como uma opção permeada por benefícios para sedentários e portadores de patologias, mas ainda com poucas evidências para a população treinada. O objetivo desse trabalho foi comparar a magnitude de dano muscular no exercício resistido com e sem oclusão vascular em indivíduos treinados. Participaram 7 homens saudáveis e treinados. Foi utilizada a rosca bíceps no banco scotch, com 5 séries de repetições máximas com cargas de 40% de 1RM com a oclusão e 80% sem a oclusão. Foram coletadas amostras de sangue antes, imediatamente após, 24h e 48h após o exercício, com mensuração da CK, TGO e TGP. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas na CK em nenhum dos momentos analisados, em ambas as técnicas. Com a TGO foram encontradas diferenças significaticas em ambas, imediatamente após, sem alterações nos demais momentos. A TGP teve o mesmo comportamento apenas no exercício sem oclusão. O nível de adaptação, o volume e o tipo de exercícios pode ser um fator de interferência quanto a comparação dos resultados. Conclui-se que em indivíduos treinados, exercícios de baixa itensidade com a oclusão vascular e de alta intensidade sem essa técica, causam magitude de dano muscular semelhante quando mensurado por meio de marcadores plasmáticos.
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