Deslocamento ativo no trajeto casa-escola em alunos de escolas do meio rural e urbano
Resumo
Estudos têm revelado uma realidade preocupante em nível de saúde pública mundial pela alta prevalência de inatividade física e comportamentos sedentârios no quotidiano de crianças e adolescentes. O deslocamento ativo (a pé/bicicleta) no trajeto casa-escola assume especial relevância como uma estratégia de colaborar no cumprimento das recomendações internacionais do nível diário de atividade física e de estimular comportamentos ativos em crianças e adolescentes em sua rotina de vida escolar. Este estudo objetivou analisar os modos de deslocamento utilizados por crianças no trajeto casa-escola e identificar as principais limitações aos modos ativos de deslocamento de acordo com o contexto das escolas (rural e urbano). Participaram 268 alunos do 5º e 6º ano de duas escolas da região Norte de Portugal, sendo, uma urbana (148 alunos) e uma localizada em contexto rural (120 alunos). No geral, evidenciou-se que 15,7% das crianças se deslocam de forma ativa, essencialmente a pé, sendo que nenhum aluno relatou utilizar a bicicleta. O automóvel foi o meio mais utilizado para alunos da escola urbana (68%) e o ônibus para alunos da escola do contexto rural (68,4%). Em relação ao contexto da escola, os resultados apresentaram diferenças estatisticamente significativas sendo que crianças que estudam no meio urbano se deslocam mais de forma ativa (22,2%) em detrimento do meio rural (7,7%), nomeadamente a pé. As principais limitações apontadas foram as preocupações em relação à segurança no trânsito e em geral durante o trajeto casa-escola.
Referências
-Bardin, L. Análise de Conteúdo. Lisboa. Edições 70. 2015.
-Broberg, A.; Sarjala, S. School travel mode choice and the characteristics of the urban built environment: The case of Helsinki, Finland. Transport Policy. Vol. 37. p. 1-10. 2015.
-Carvalhal, M. I. M. O papel da actividade física no combate à obesidade. In: (Ed.). Carvalho, G.; Pereira, B. Actividade Física, Saúde e Lazer-Modelos de Análise e Intervenção. Lisboa. Lidel. 2008. p. 287-297.
-Carvalho, M. A.; Carmo, I.; Breda, J.; Rito, A. I. Análise comparativa de métodos de abordagem da obesidade infantil. Revista Portuguesa de Saúde Pública. Vol. 29. Núm. 2. p. 148-156. 2011.
-Christian, H. E.; Klinker, C. D.; Villanueva, K.; Knuiman, M. W.; Foster, S. A.; Zubrick, S. R.; Divitini, M; Wood, L.; Giles-Corti, B. The Effect of the Social and Physical Environment on Children's Independent Mobility to Neighborhood Destinations. J Phys Act Health. Vol. 12. Núm. 6. Suppl 1. p. S84-93. 2015.
-Costa, J.; Leite, D.; Pereira, B.; Matos, A. P.; Souza, S. O Transporte Ativo e sua relação com o género e contexto (Rural/Urbano). Estudo descritivo com crianças do 8º ano. In: Pereira, P.; Cardoso, A.; e colaboradores (Ed.). Educação Física, Lazer e Saúde. Perspectivas de desenvolvimento num mundo globalizado. Porto. Escola Superior de Educação. Politécnico do Porto. 2017. p. 216-225.
-Dalton, M. A.; Longacre, M. R.; Drake, K. M.; Gibson, L.; Adachi-Mejia, A. M.; Swain, K.; Xie, H.; Owens, P. M. Built Environment Predictors of Active Travel to School Among Rural Adolescents. American Journal of Preventive Medicine. Vol. 40. Núm. 3. p. 312-319. 2011.
-Drake, K. M.; Beach, M. L.; Longacre, M. R.; Mackenzie, T.; Titus, L. J.; Rundle, A. G.; Dalton, M. A. Influence of Sports, Physical Education, and Active Commuting to School onAdolescent Weight Status. Pediatrics. Vol. 130. Núm. 2. p. e296-e304. 2012.
-Ducheyne, F.; Bourdeaudhuij, I. D.; Spittaels, H.; Cardon, G. Individual, social and physical environmental correlates of 'never' and 'always' cycling to school among 10 to 12 year old children living within a 3.0 km distance from school. Int J Behav Nutr Phys Act. Vol. 9. p. 142. 2012.
-Lee, M. C.; Orenstein, M. R.; Richardson, M. J. Systematic review of active commuting to school and childrens physical activity and weight. J Phys Act Health. Vol. 5. Núm. 6. p. 930-949. 2008.
-Mcmillan, T. E. The relative influence of urban form on a child’s travel mode to school. Transportation Research Part A: Policy and Practice. Vol. 41. Núm. 1. p. 69-79. 2007.
-Mitra, R.; Buliung, R. N. Exploring differences in school travel mode choice behaviour between children and youth. Transport Policy. Vol. 42. p. 4-11. 2015.
-Mota, J.; Sallis, J. F. Actividade Física e Saúde. Factores de Influência da Actividade Físicanas Crianças e nos Adolescentes. 1ª. Porto. Campo das Letras. 2002.
-Ng, M.; Fleming, T.; Robinson, M.; Thomson, B.; Graetz, N.; Margono, C.; Mullany, E. C.; Biryukov, S.; Abbafati, C.; Abera, S. F. Global, regional, and national prevalence of overweight and obesity in children and adults during 1980–2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013. The Lancet. Vol. 384. Núm. 9945. p. 766-781. 2014.
-Pabayo, R.; Gauvin, L.; Barnett, T. A. Longitudinal changes in active transportation to school in Canadian youth aged 6 through 16 years. Pediatrics. Vol. 128. Núm. 2. p. 404-413. 2011.
-Page, A. S.; Cooper, A. R.; Griew, P.; Jago, R. Independent mobility, perceptions of the built environment and children's participation in play, active travel and structured exercise and sport: the PEACH Project. Int J Behav Nutr Phys Act. Vol. 7. p. 17. 2010.
-Pereira, B.; Silva, I. P.; Monteiro, R. J.; Farenzena, R.; Rosário, R. Transporte ativo nas rotinas de vida das crianças: estudo em escola urbana. In: Pereira, B. O.; Silva, A. N.; e colaboradores (Ed.). Atividade Física, Saúde e Lazer. Olhar e pensar sobre o corpo. 1a. Florianópolis. Tribo da Ilha. 2014. p.193-204.
-Silva, K. S.; Lopes, A. S.; Silva, F. M. Atividade física no deslocamento à escola e no tempo livre em crianças e adolescentes da cidade de João Pessoa-PB, Brasil. Rev Bras Ciênc Mov. 15. p. 61-70. 2007.
-Souza, S.; Matos, A. P.; Pereira, B.; Leite, D.; Costa, J. A Bicicleta como Meio de Transporte -Um estudo em três escolas públicas. Book of Full Texts -XII SIEFLAS Leipzig 2016. Santos, L. C. F.; Eckert-Lindhammmer, D.; e colaboradores. Leipzig, Germany: LEGS e. V. 93-99 p. 2016b.
-Souza, S.; Pereira, B.; Carvalho, W.; Rosário, R.; Matos, A. P.; Silva, A. Distâncias menores... maiores comportamentos ativos? Associação do fator distância com os modos de deslocamento de crianças à escola. Book of Full Texts -XII SIEFLAS Leipzig 2016. Santos, L. C. F.; Eckert-Lindhammmer, D.; e colaboradores Leipzig, Germany: LEGS e. V. 179-186 p. 2016a.
-Sá, T. H.; Rezende, L. F. M.; Rabacow, F. M.; Monteiro, C. A. Aumento no uso de transporte motorizado privado no deslocamento das crianças para a escola na Região Metropolitana de São Paulo, Brasil, 1997-2012. Cadernos de Saúde Pública. Vol. 32. Núm. 5. p. 1-6. 2016.
-Timperio, A.; Ball, K.; Salmon, J.; Roberts, R.; Giles-Corti, B.; Simmons, D.; Baur, L. A.; Crawford, D. Personal, family, social, and environmental correlates of active commuting to school. American journal of preventive medicine. Vol. 30. Núm. 1. p. 45-51. 2006.
-Trocado,P. As deslocações casa-escola e a mobilidade das crianças e dos jovens: uma breve reflexão. Cadernos do Curso de Doutoramento em Geografia. 4. p. 123-137. 2012.
-World Health Organization (WHO). Global recommendations on physical activity for health. Geneva. Switzerland. 2010.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).