A influência do treinamento aeróbio com intensidade de 90% e 110% da velocidade de corrida correspondente a 4,0 mm de lactato sanguíneos sobre o VO2máx e o limiar de lactato em jovens de 18 e 19 anos
Resumo
Há muitos anos, o limiar de lactato vem sendo investigado como preditor fidedigno da performace de atletas de alto nível para corridas de 5 Km até maratona. Porém, poucos estudos têm demonstrado relações entre o treinamento no limiar de lactato e o desempenho de populações como sedentários, crianças, pessoas destreinadas, populações especiais, etc. Com o intuito de verificar a evolução de parâmetros da potência e capacidade aeróbia máxima em jovens recém incorporados ao Exército Brasileiro, vinte alunos do Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva (NPOR), destreinados, do gênero masculino e com idades entre 18 e 19 anos, realizaram um treinamento durante dois meses, cinco vezes por semana com cargas individuais. Os alunos foram divididos em dois grupos “A“ e “B”, com n=10 para cada grupo e as intensidades do treinamento foram de 90% e 110%, respectivamente, da velocidade de corrida correspondente à concentração de 4,0mM de lactato sangüíneo. O protocolo utilizado para determinação da captação máxima de oxigênio (VO2máx) e do limiar de lactato a 4,0mM foi o teste de 3200 metros proposto por Weltman (1987). Os resultados mostraram aumentos significativos do VO2máxe do limiar de lactato para o grupo que treinou a 90%. Para os alunos que treinaram a 110%, também ocorreram mudanças das variáveis citadas, porém com incrementos menores. Os resultados permitem concluir que o programa de treinamento aeróbio, baseado no treinamento intervalado e de corrida contínua de alta intensidade e aliados a intensidade de 90% e 110% do limiar de lactato a 4,0mM, aumentaram a capacidade e a potência aeróbia de ambos os grupos analisados.
Referências
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