Níveis de aptidão física e qualidade de vida em militares recém-incorporados ao Exército Brasileiro
Resumo
Introdução: Embora militares necessitem de uma boa aptidão física (AF) para a realização das suas tarefas diárias, pouco se sabe sobre os atuais níveis de AF dos militares recém-incorporados ao Exército Brasileiro e a relação entre uma boa AF e a qualidade de vida desses militares. Objetivo: Analisar os níveis de aptidão física de militares e correlacionar esses parâmetros entre si e com diferentes parâmetros de saúde e qualidade de vida. Materiais e Métodos: Foram avaliados 68 militares, recém-incorporados ao Exército, em 2016. Os indivíduos foram submetidos a avaliações em relação à aptidão física e parâmetros antropométricos: teste de repetição máxima no supino reto, teste de flexão de braços, resistência abdominal, corrida de 12 minutos (Cooper), teste de flexão na barra fixa, estatura, massa corporal, circunferência abdominal e dobras cutâneas. Ainda, foram avaliados sintomas depressivos (PHQ-9) e qualidade de vida (Whoqol-Abreviado). Resultados: De maneira geral, a aptidão física se mostrou aquém do satisfatório (89,71% com menção "insuficiente" no Teste de Aptidão Física - TAF). Não foi encontrada associação entre os parâmetros de aptidão física e a qualidade de vida. Todavia, identificaram-se correlações positivas moderadas entre a força máxima no supino (1RM) com o IMC (r = 0,51; p = 0,001), a massa corporal (r = 0,44; p = 0,001) e a resistência em flexão de braço (r = 0,57; p = 0,001). Conclusão: O condicionamento físico de militares recém-incorporados no Exército, encontra-se aquém do desejável. Além disso, não existe associação da aptidão física com qualidade de vida e saúde mental.
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