Dor muscular tardia: etiologia e tratamento

  • Cláudia Roberta Vilela do Nascimento Programa de Pós-Graduação Lato Sensu em Fisiologia do Exercí­cio da Universidade Gama Filho - UGF
  • Simone Figueiredo Máximo de Arruda Programa de Pós-Graduação Lato Sensu em Fisiologia do Exercí­cio da Universidade Gama Filho - UGF
  • Reury Frank Pereira Bacurau Programa de Pós-Graduação Lato Sensu em Fisiologia do Exercí­cio da Universidade Gama Filho - UGF. Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercí­cio - IBPEFEX
  • Francisco Navarro Programa de Pós-Graduação Lato Sensu em Fisiologia do Exercí­cio da Universidade Gama Filho - UGF. Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercí­cio - IBPEFEX
Palavras-chave: Dor muscular tardia, Inflamação, Citocinas, Exercício, Tratamento

Resumo

A dor muscular tardia, cujo termo utilizado cientificamente é DOMS, que pode ocorrer em indivíduos sedentários que iniciaram a atividade física ou até mesmo em atletas de alto nível que mudaram o padrão de movimento devido ao período de treinamento ou quando iniciaram atividades as quais não estão acostumados. As características da dor muscular tardia são: surge cerca de 8 horas após o exercício, aumentando a intensidade nas próximas 24 a 48 horas, diminuindo progressivamente após 72 horas. Ela ocorre em exercício com predominância de contrações excêntricas e apresenta os seguintes sinais e sintomas: rigidez muscular, sensibilidade ao toque, diminuição da amplitude do movimento e incapacidade de gerar força máxima. A presença de proteínas intramusculares na corrente sanguínea, de citocinas no tecido e no sangue, e a migração de leucócitos para o local lesionado, confirmam a hipótese de que, lesões na membrana plasmática e microlesões à estrutura muscular levam a uma resposta inflamatória responsável pela dor. Acredita-se que a resposta inflamatória é proporcional à intensidade do estímulo, e a dor é um mecanismo de proteção do corpo, indicando se o estímulo está sendo “nocivo” ao organismo. Diante de tais questionamentos e da pouca eficiência dos tratamentos estudados até o momento, se faz necessário mais pesquisas sobre o assunto, tanto para esclarecer se o processo inflamatório leva à adaptação, quanto para descobrir as vantagens em interromper ou minimizar a dor muscular tardia.

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Publicado
2011-12-09
Como Citar
Nascimento, C. R. V. do, Arruda, S. F. M. de, Bacurau, R. F. P., & Navarro, F. (2011). Dor muscular tardia: etiologia e tratamento. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 1(2). Obtido de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/21
Secção
Artigos Científicos - Original