Efeito do treinamento muscular resistido excêntrico em pacientes hemiparéticos crônicos após acidente vascular encefálico: uma revisão sistemática

  • Liliane Araújo Guimarães Faculdade Católica do Rio Grande do Norte (FCRN), Mossoró-RN, Brasil.
  • Lilian Araújo Guimarães Faculdade Católica do Rio Grande do Norte (FCRN), Mossoró-RN, Brasil.
  • Fábio Firmino de Albuquerque Gurgel Faculdade Católica do Rio Grande do Norte (FCRN), Mossoró-RN, Brasil.
  • Moisés Costa do Couto Faculdade Católica do Rio Grande do Norte (FCRN), Mossoró-RN, Brasil.
Palavras-chave: Acidente vascular cerebral, Terapia por exercicio, Fisioterapia

Resumo

Várias intervenções têm sido propostas com a finalidade de atenuar os prejuízos motores decorrentes do Acidente Vascular Encefálico (AVE), incluindo os exercícios resistidos, entretanto, é incerto qual tipo de contração priorizar para esta população. O treinamento resistido excêntrico sugere apresentar resultados satisfatórios na reabilitação de pacientes após AVE, porém não foram encontradas revisões sistemáticas que confirmem esta hipótese. O objetivo dessa revisão sistemática é verificar o efeito do treinamento muscular resistido excêntrico em pacientes hemiparéticos crônicos após Acidente Vascular Encefálico. Este estudo trata-se de uma revisão sistemática. Para desenvolver a pergunta, utilizou-se a estratégia “PICO”. Foram pesquisados artigos científicos nas bases de dados Pubmed, Cochrane, Scopus, Lilacs, Web of SCIENCE e PEDro sem restrição de língua ou ano de publicação e utilizando os termos de busca: “stroke and resistance training or strength training and eccentric contraction”. Foram selecionados ensaios clínicos que analisaram a influência do treinamento de força excêntrico em pacientes espásticos crônicos pós AVE. Foram encontrados um total de 1024 artigos em todas as plataformas de buscas utilizadas, por fim, um total de 11 artigos foram analisados na íntegra nesta revisão. O treinamento muscular resistido excêntrico se mostrou eficaz na reabilitação do paciente hemiparético em decorrência de Acidente Vascular Encefálico, sendo capaz de aumentar a força, causar hipertrofia muscular, aumentar a capacidade funcional, melhorar o controle motor e a qualidade de vida. O método excêntrico se mostrou mais eficaz quando foi comparado com o treinamento resistido concêntrico.

Referências

-Chen, C.; Chang, K.; Wu P.; Chi, C.; Chang, S.; Cheng Y. Comparison of the effects between isokinetic and isotonic strength training in subacute stroke patients. Journal of Stroke and Cerebrovascular Diseases. Vol. 24. Num. 6. 2015. p. 1317-1323.

-Chow, J. W.; Yablon, S. A.; Stokic, D. S. Coactivation of ankle muscles during stance phase of gait in patients with lower limb hypertonia after acquired brain injury. Clinical Neurophysiology. Vol. 123. Num. 8. 2012. p. 1599-1605.

-Clark, D. J.; Patten, C. Eccentric versus concentric resistance training to enhance neuromuscular activation and walking speed following stroke. Neurorehabilitation and neural repair. Vol. 27. Num. 4. 2013. p. 335-344.

-Corti, M.; McGuirk T. E.; Wu, S. S; Patten, C. Differential effects of power training versus functional task practice on compensation and restoration of arm function after stroke. Neurorehabilitation and neural repair. Vol. 26. Num. 7. 2012. p. 842-854.

-Engardt, M.; Knutsson E.; Jonsson M.; Sternhag, M. Dynamic muscle strength training in stroke patients: effects on knee extension torque, electromyographic activity, and motor function. Archives of physical medicine and rehabilitation. Vol. 76. Num. 5. 1995 p. 419-425.

-Fernandez-Gonzalo, R.; Fernandez-Gonzalo, S.; Turon, M.; Prieto, C.; Tesch P. A.; García-Carreira, M. C. Muscle, functional and cognitive adaptations after flywheel resistance training in stroke patients: a pilot randomized controlled trial. Journal of neuroengineering and rehabilitation. Vol. 13. Num. 1. 2016. p.13-37.

-Fleuren, J. F. M.; Snoek, G. J.; Voerman, G. E.; Hermens, H. J. Muscle activation patterns of knee flexors and extensors during passive and active movement of the spastic lower limb in chronic stroke patients. Journal of Electromyography and Kinesiology. Vol. 19. Num. 5. 2009. p.59-75.

-Folkerts, M. A.; Hijmans J. M.; Elsinghorst A. L.; Mulderij, Y.; Murgia, A.; Dekker, R. Effectiveness and feasibility of eccentric and task-oriented strength training in individuals with stroke. NeuroRehabilitation. Vol. 40.Num. 4. 2017. p. 459-471.

-Francis, H. P; Wade, D. T.; Turner-Stokes, L.; Kingswell, R. S.; Dott, C. S.; Coxon, E. A. Does reducing spasticity translate into functional benefit? An exploratory meta-analysis. Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry. Vol. 75. Num. 11. 2004. p. 1547-1551.

-Franciulli, P. M.; Magaldi, C. M.; Bigongiari, A.; Barbanera, M. Efeito do Treinamento Resistido em Hemiparéticos Crônicos no Equilíbrio e Torque Isocinético do Joelho. Rev. bras. ciênc. Saúde. Vol. 22. Num. 2. 2018. p. 125-130.

-Gracies, J‐M. Pathophysiology of spastic paresis. II: Emergence of muscle overactivity. Muscle & Nerve: Official Journal of the American Association of Electrodiagnostic Medicine. Vol. 31. Num. 5. 2005. p. 552-571.

-Hedlund, M.; Lindström, B.; Sojka, P.; Lundström, R.; Boraxbekk, C. Is better preservation of eccentric strength after stroke due to altered prefrontal function?. Neurocase. Vol. 22. Num. 2. 2016. p. 229-242.

-Lance, J. W. Pathophysiology of Spasticity and Clinical Experience with Baclofen. Chicago. 1980.

-Lee, S.; Kang, K. The effects of isokinetic eccentric resistance exercise for the hip joint on functional gait of stroke patients. Journal of physical therapy science. Vol. 25. Num. 9. 2013. p. 1177-1179.

-Ministério da Saúde. Dados epidemiológicos do Acidente Vascular Encefálico. Brasília 2012.

-Park, S. K.; Yang, D. J.; Uhm, Y. H.; Heo, J. W.; Kim, J. H. The effect of virtual reality-based eccentric training on lower extremity muscle activation and balance in stroke patients. Journal of physical therapy science. Vol. 28. Num. 7. 2016. p. 2055-2058.

-Park, S.; Wang, J. The immediate effect of FES and TENS on gait parameters in patients after stroke. Journal of physical therapy science. Vol. 29. Num. 12. 2017. p. 2212-2214.

-Patten, C.; Condliffe, E. G.; Dairaghi, C. A.; Lum, P. S. Concurrent neuromechanical and functional gains following upper-extremity power training post-stroke. Journal of neuroengineering and rehabilitation. Vol. 10. Num. 1. 2013. p. 1-19.

-Roig, M.; O’Brien, K.; Kirk, G.; Murray, R.; McKinnon, P.; Shadgan, B.; Reid, W. D. The effects of eccentric versus concentric resistance training on muscle strength and mass in healthy adults: a systematic review with meta-analysis. British journal of sports medicine. Vol. 43. Num. 8. 2009. p. 556-568.

-Rosa, M. C. N.; Marques, A.; Demain, S.; Metcalf, C. D. Lower limb co-contraction during walking in subjects with stroke: A systematic review. Journal of Electromyography and Kinesiology. Vol. 24. Num. 1. 2014. p. 1-10.

-Santos, C. M. C.; Pimenta, C. A. M.; Nobre, M. R. C. A estratégia PICO para a construção da pergunta de pesquisa e busca de evidências. Rev. Latino-Am. Enfermagem. Vol. 15. Num. 3. 2007. p. 508-511.

-Sheean, G.; McGuire, J. R. Spastic hypertonia and movement disorders: pathophysiology, clinical presentation, and quantification. PM&R. Vol. 1. Num. 9. 2009. p. 827-833.

-Thibaut, A.; Chatelle, C.; Ziegler, E.; Bruno, M.A.; Laureys, S.; Gosseries, O. Spasticity after stroke: physiology, assessment and treatment. Brain injury. Vol. 27. Num. 10. 2013. p. 1093-1105.

-Vasconcelos, R. A.; Bevilaqua-Grossi, D.; Shimano, A. C.; Paccola, C. J.; Salvini, T. F.; Prado, C. L.; Mello Junior, W. A. Confiabilidade e validade de um dinamômetro isométrico modificado na avaliação do desempenho muscular em indivíduos com reconstrução do ligamento cruzado anterior. Revista Brasileira de Ortopedia. Vol. 44. Num. 3. 2009. p. 214-224.

-World Health Organization. The Atlas of heart disease and stroke. 2020.

Publicado
2023-01-15
Como Citar
Guimarães, L. A., Guimarães, L. A., Gurgel, F. F. de A., & Couto, M. C. do. (2023). Efeito do treinamento muscular resistido excêntrico em pacientes hemiparéticos crônicos após acidente vascular encefálico: uma revisão sistemática. RBPFEX - Revista Brasileira De Prescrição E Fisiologia Do Exercício, 16(102), 140-148. Obtido de https://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/2101
Secção
Artigos Científicos - Original