Exercicio físico e reinervação miocárdica em pós transplante cardíaco: revisão sistemática
Resumo
O transplante cardíaco (TC) é a conduta cirúrgica gold standard para o tratamento da insuficiência cardíaca (IC) refratária. A realização do procedimento cirúrgico implica a denervação autonómica completa do coração, prejudicando consequentemente o controlo rápido da frequência cardíaca (FC), que se mantém ligeiramente elevada nestes doentes. O exercício físico constitui uma alternativa coadjuvante no tratamento destes doentes, promovendo benefícios como a melhoria física e funcional, expressas pelo aumento do consumo máximo de oxigénio (VO2) e da tolerância ao esforço, contudo o impacto do exercício no processo de reinervação autonómica cardíaca ainda não está bem elucidado. Desta forma, o objetivo desde estudo é avaliar se a prática regular de exercício físico influencia o processo de reinervação cardíacas pós transplante cardíaco. Trata-se de uma revisão sistemática, utilizando os descritores: Physical Exercise, Cardiac Autonomic Control e Heart Transplantation nas bases de dados SciELO e PubMed. Foram selecionados quatro artigos para a elaboração desta revisão, publicados entre os anos de 1996 a 2014. A prática regular de exercício não parece ter impacto no processo de reinervação que acontece de forma parcial e fisiológica. Com base na literatura selecionada, os ganhos relacionados com o treino como, aumento do VO2 pico, redução da pressão arterial e aumento da tolerância ao esforço são predominantemente de origem periférica, sendo facilmente perdidos caso o doente deixe de praticar o exercício. Desta forma, o exercício físico mostra-se benéfico para os doentes pós TC, mas não parece exercer influência na reinervação autonómica cardíaca.Referências
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