Associação entre lesões musculares de jogadores de futebol com à carga de treino e de jogos
Resumo
Introdução: Nos últimos 10 anos tem-se verificado um aumento da visibilidade dos campeonatos de futebol e um aumento da carga de treinos e jogos. Além disso, verificou-se também um aumento da frequência de lesões musculoesqueléticas. Desta forma questiona se existe relação entre o número de lesões com carga de treino e do número de jogos. Objectivo: Avaliar se existe relação entre a carga interna de treino (avaliada pela percepção subjectiva de esforço e recuperação dos atletas) com as lesões musculares ocorridas durante uma época numa categoria de formação (sub 20) de uma equipa de futebol da série A. Materiais e Métodos: Análise dos questionários já existentes no clube de perceção de esforço e recuperação, além de calendário de jogos e treinos, bem como a ocorrência das lesões musculares nos atletas. Resultados: A maioria das lesões ocorreram em treinos 69,9%, os músculos mais afetados foram a região da anca (20%), bíceps femoral (19%) e reto femoral (17%), a posição atacante foi a mais prevalente, mais de metade dos jogadores classificou o seu sono como adequado assim como as medidas do estado físico nas semanas anteriores à lesão apesar de uma boa parte treinar com a presença de dores. Discussão: No período pré lesão a recuperação foi considerada adequada, no entanto a existência de treinos com perceção de dor pode ter proporcionado o aparecimento de lesões. Conclusão: Não se verificou associação entre a carga de treino e o aparecimento de lesões, no entanto uma comunicação mais aberta entre jogadores e comissão desportiva poderá diminuir o número de lesões.Referências
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