Efeitos do treinamento resistido na força de indivíduo com paralisia cerebral
Resumo
A paralisia cerebral (PC) é um grupo de sintomas incapacitantes permanentes resultantes de danos às áreas do cérebro responsáveis pelo controle motor. É um problema não-progressivoque pode ter origem antes, durante ou logo após o nascimento e se manifesta na perda ou no comprometimento do controle sobre a musculatura voluntária.O treinamento de força tem sido defendido nos últimos anos como uma abordagem para maximizar a função depessoas com PC. Assim, objetivou-se identificar alteração na melhoria da força submáxima por meio do exercício resistido em um sujeito com PC. A pesquisa foi um estudo de caso, analítico, longitudinal quantitativo e observacional qualitativo avaliativo. Osujeito da pesquisa foi uma adolescente de 16 anos, com PC mista, diplegia e ataxia. O treinamento consistiu em 12 semanas de exercícios resistidos subdivididas em três sessões semanais de 60 minutos em dias alternados, num total de 36 sessões. Os principais resultados pós-intervenção foram: aumento da carga de 1RM em todos os 19 exercícios de treinamento, com diferença significativa (t = -3,447 para p≤ 0,01). Apenas 3 resultados tiveram valores entre 42 e 44% de melhora, e todos os outros 16 com melhoras entre 125 a mais de 600%. Percebe-se que, além do aumento da força, houve também melhoria funcional da marcha sem aumentar os níveis de espasticidade. Há necessidade de estudos que orientem melhor os treinamentos para cada grau de PC.
Referências
-Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Diretrizes Brasileiras de Obesidade 2009/2010. 3ª edição. AC Farmacêutica. 2009.
-Andersson, C.; Grooten, W.; Hellsten, M.; Kaping, K.; Mattsson, E. Adults with cerebral palsy: walking ability after progressive strength training -Developmental Medicine & Child Neurology. Vol. 45. p. 220-228. 2003.
-Arroyo, C. T.; Oliveira, S. R. G. Atividade aquática e a psicomotricidade de crianças com paralisia cerebral. Motriz. Vol. 13. Núm. 2. p. 97-105. 2007.
-American College of Sports Medicine. Diretrizes do ACSM para os Testes de Esforço e sua Prescrição. 8ª edição. Guanabara Koogan. 2010.
-Associação Nacional de Desporto para Deficientes. Manual de Classificação Funcional. Extraído e Adaptado de Cpisra Sport Manual-10ª edição. 2009.
-Bahia, D. J. F. Classificação de Pessoas Com Paralisia Cerebral No Treinamento Resistido de Força: Revisão de Literatura. TCC de Pós Graduação em Atividade Física Adaptada e Saúde. Universidade Gama Filho. 2008.
-Brien, M.; Sveistrup, H. An intensive virtual reality program improves functional balance and mobility of adolescents with cerebral palsy. Pediatr Phys Ther. Vol. 23. p. 258-266. 2011.
-Conselho Nacional de Saúde. Resolução CNS 466/12. Diretrizes e Normas Regulamentadora de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos. Disponível em:http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf>Acesso em: 19/08/2014.
-Darrah, J.; Wessel, J.; Nearingburg, P.; O’connor, M. Evaluation of a community fitness program for adolescents with cerebral palsy. Pediatr PhysTher. Vol. 11. Núm. 1. p. 18-23. 1999.
-Dodd, K. J.; Taylor, N. F.; Damiano, D. L. A Systematic Review of the Effectiveness of Strength-Training Programs for People With Cerebral Palsy. Arch Phys Med Rehabil. Vol. 83. 2002.
-Eek, M.N.; Tranberg, R.; Zügner, R.; Alkema, K.; Beckung, E. Muscle strength training to improve gait function in children with cerebral palsy. Dev Med Child Neurol. Vol. 50. Núm. 10. p. 759-64. 2008.
-Garção, D. C.; Influência da dançaterapia na mobilidade funcional de crianças com paralisia cerebral hemiparética espástica. Revista Motricidade. Vol. 7. Núm. 3. p. 3-9. 2011.
-Jackson, A. S.; Pollock, M. L.; Ward, A. Generalized equations for predicting body density of women. MedSci Sports Exerc. Vol. 12. p. 175-82. 1980.
-Karthikbabu, S.; Nayak, A.; Vijayakumar, K.; Misri, Z. K.; Suresh, B. V.; Ganesan, S.; Joshua, A. M. Comparison of physio ball and plinth trunk exercises regimens on trunk control and functional balance in patients with acute stroke: a pilot randomized controlled trial. Clinical Rehabilitation. Vol. 25. Núm. 8. p. 709-719. 2011.
-Kenney, W. L.; Wilmore, J. H.; Costill, D. L. Fisiologia do Esporte e do Exercício. 5ª edição. Manole. 2013.
-Karim, H.; Schmidt, B.; Dart, D.; Beluk, N.; Huppert, T. Functional near‐infrared spectroscopy (FNIRS) of brain function during active balancing using a video game system. Gait Posture. Vol. 35. p. 367-372. 2012.
-Leite, J. M. R. S.; Prado, G. F. Paralisia cerebral: Aspectos Fisioterapêuticos e Clínicos. Revista Neurociências. p. 41-45. 2004.
-Lacio, M. L.; Damasceno, V. O.; Vianna, J. M.; Lima, J. R. P.; Reis, V. M.; Brito, J. P. Fernandes Filho, J. Precisão das equações preditivas de 1-RM em praticantes não competitivos de treino de força. Motricidade. Vol. 6. Núm. 3. p. 31-37. 2010.
-Lundy, E. L. Neurociência-Fundamentos para a Reabilitação. 3ª edição. Elsevier. 2008.
-Medeiros, M. S. M.; Lima, E.; Martins, R. A.; Júnior, L. A. G.; Medeiros, R. F. Treinamento de Força em Sujeitos Portadores de Acidente Vascular Cerebral. TCC de Pós-graduação Lato Sensu em Musculação e Treinamento da Força. Universidade Gama Filho. 2012.
-Rosa Neto, F.; Santos, A. P.; Xavier, R. F.; Amaro, K. N. Importance of motor assessment in school children: analysis of the reliability of the motor development scale Rev Bras cineantropom Desempenho Hum. Vol. 12. p. 422-427. 2010.
-Paiva, M. S.; Nardi, M. G.; Streiff, T. G.; Chamlian, T. R. Benefícios do Exercício Físico para Crianças e Adolescentes com Paralisia Cerebral: Uma Revisão Bibliográfica. Rev. Acta Fisiátrica. Vol. 17. Núm. 4. p. 175-179. 2010.
-Pavão, S. L.; Arnoni, J. L. B.; Oliveira, A. K. C.; Rocha, N. A. C. F. Impacto de intervenção baseada em realidade virtual sobre o desempenho motor e equilíbrio de uma criança com paralisia cerebral: estudo de caso. Rev Paulista de Pediatria. Vol. 32. Núm. 4. p. 389-394. 2014.
-Rebutini, V. Z.; Giaretta, M. T.; Silva, J. R.; Mayork, A. K. S.;Abad C. C. C. Efeito Do Treinamento Resistido Em Paciente Com Fibromialgia: Estudo de Caso. Motriz. Vol. 19. Núm. 2. p. 513-522. 2013.
-Scholtes, V. A.; Dallmeijer, A.J.; Rameckers, E. A.; Verschuren, O.; Tempelaars, E.; Hensen, M. Lower limb strength training in children with cerebral palsy -a randomized controlled trial protocol for functional strength training based on progressive resistance exercise principles. BMC Pediatrics. 2008.
-Simão, C. R.; Galvão, E. R. V. P.; Fonseca, D. O. S.; Bezerra, D. A.; Andrade, A. C. A.; Lindquist, A. R. R. Efeitos da adição de carga na marcha de crianças com paralisia cerebral: relato de três casos. Revista Fisioter Pesquisa. Vol. 21. Núm. 1. p. 67-73. 2014.
-Silva, M. L.; Schmitta, Q. N. N. C. L. Avaliação do Desempenho Motor em Indivíduos com Paralisia Cerebral após Hipoterapia. Ciências da Saúde. Vol. 10. Núm. 2. p. 109-113. 2012.
-Schmitza,F. S.; Stigger, B,F. Atividades Aquáticas em Pacientes com Paralisia Cerebral: um Olhar da Perspectiva da Fisioterapia. Revista de Atenção à Saúde. Vol. 12. Núm. 42. p. 78-89. 2014.
-Thomas J. R.; Nelson J. K.; Silverman S. J. Métodos de Pesquisa em Atividade Física. 6ª edição. Artmed. 2012.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).